Diário da Crise CII
A vida é essa: um dia você perde, num outro você ganha. A
família Bolsonaro deve pensar assim sobre o foro privilegiado. Flávio ganhou
por alguns dias, Carlos perdeu para sempre.
O foro privilegiado de vereadores existia na Constituição do
Rio. Aqui é diferente do Brasil. Mas quem manda é a Constituição Federal.
Carlos é acusado não só de empregar parentes no seu gabinete
mas um verdadeira equipe de fantasmas. Três deles moravam em Resende, a 165 km
do Rio, um outro morava em Juiz de Fora, MG, a 185 km da capital e outro em Rio
Pomba, a 272 km.
Vai ser difícil provar inocência. A única saída é protelar.
Bons advogados conseguem isso com inúmeras manobras.
Leio no New York Times que, ao contrário do que diziam os
especialistas, as manifestações após a morte de George Floyd não aumentaram a
contaminação pelo coronavírus. Pode ser que a onda já estivesse declinando,
pode ser que a ar livre, o vírus seja menos capaz de contaminar. Não sei, mas
isso é uma boa noticia.
A vacina alemã apresentou resultados promissores, assim como
a chinesa e a inglesa. Vamos ver se alguma coisa nos chega até dezembro.
O governo vai anunciar um novo ministro da educação. Tomara
que dessa vez dê certo. Ninguém aguenta mais essa confusão.
Hoje escrevi um artigo sobre a live de Bolsonaro com o
presidente da Embratur tocando Ave Maria de Shubert no acordeon. Foi punk.
Repercutiu até em Portugal onde riram muito num programa de
tevê.
O ciclone em Santa Catarina mudou o tempo. Ventou aqui no Rio,
menos do que em São Paulo.
Lembro-me do furacão Catarina, estava em Florianópolis e
visitei a sala de crise.
Aqui no Rio acionei uma pequena equipe para traduzir os
manuais do Caribe e Estados Unidos na defesa de furacões.
Foi um grande aprendizado. Poderia estar por lá, não fosse
essa pandemia.
Mas a Defesa Civil de Santa Catarina é uma das melhores do
Brasil. Não só o furacão mas também as inundações em Blumenau a colocaram à
prova.
Hoje tem futebol na televisão. Não me acostumo a ver jogos
em estádios vazios. O barulho da torcida é que anima. Temos de nos acostumar
com essa frieza.
Por falar em frieza, o inverno chegou aqui e estão caindo as últimas folhas de amendoeira. Pelo menos, tenho algo a fotografar no chão de Ipanema.
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