Definido o resultado, com a vitória de Lula, a preocupação agora é a transição nesses dois meses e o início de governo a partir de Janeiro.
Nesse aspecto, os novos governadores, eleitos ou reeleitos, podem ajudar bastante, principalmente aqueles dos 3 maiores estados do Sudeste (RJ, SP e MG) e que juntos representam metade do PIB brasileiro.
Outro ponto em comum entre esses 3, é que foram apoiados e apoiaram o candidato derrotado Bolsonaro.
Mas, se forem práticos e inteligentes, esses governadores cedo vão perceber que após a vitória, esse apoio do Presidente passa a valer muito pouco ou quase nada, e , por outro lado, pode atrapalhar bastante, como estamos vendo nesses casos das interdições nas estradas brasileiras.
O que precisa ficar claro para todos, é que os Bolsonaristas raiz, convictos, radicais, são 20% dos eleitores votantes e menos da metade dos eleitores de Bolsonaro e certamente esses 3 governadores não se enquadram nesse grupo.
A hora é de pensar para a frente e virar a página desse governo que, se teve alguns pontos positivos, esses pontos foram dissolvidos pela personalidade sectária e agressiva do Presidente.
Esses governadores não podem permitir que a sua imagem fique comprometida com o negacionismo do Presidente e devem pensar que podem ter um belo futuro pela frente, liderando um campo no centro-direita que está vazio.
Esse movimento também deverá ser observado pelo Presidente eleito Lula, cujo eleitorado da mesma forma se divide entre aqueles Lulistas/Petistas raiz e um bloco de centro esquerda que deu o seu voto para Lula em função de não querer o outro lado de jeito nenhum.
A movimentação inteligente do presidente eleito, ao agregar apoios de pessoas do nível de Alkmin, Simone Tebet, Fernando Henrique, Marina, Serra, Malan, Arminio, Meirelles e outros originados da esquerda como Flávio Dino, viabilizou sua eleição e espera-se que torne o seu governo um organismo equilibrado e inclusivo, tanto para dentro do país, como para o seu relacionamento externo tão prejudicado nos últimos 4 anos.
Precisamos fugir do radicalismo do “nada do governo anterior presta” e/ou “tudo que vier do PT e Lula vai prejudicar o Brasil”.
Vamos pensar que 50% (25 de cada lado) dos eleitores brasileiros votaram em alguém que não era o ideal, para evitar a vitória de alguém indesejado do outro lado.
O mesmo raciocínio pode ser aplicado ao Congresso Nacional, onde as conversas e composições já começam a acontecer, independente da origem. Os políticos sabem quando um discurso se esvaziou e sabem que os radicais ficarão isolados (ainda bem) e os que tenham bons projetos e habilidades de convencimento vão avançar.
Portanto, humildade nessa hora! Não se deve esperar isso do Presidente Bolsonaro, mas o caminho para o seu esquecimento parece já estar traçado.
Muito trabalho pela frente! Se na agricultura, infraestrutura e modernização na gestão (vide pix) houve algum progresso, na Educação, Cultura, Ambiente e Relações exteriores há muito a recuperar. Para isso os esforços devem acontecer nos níveis Federal, Estaduais e Municipais deixando o passado passar e fazendo o futuro chegar.
Citei apenas os Governadores de RJ, SP e MG, para exemplificar o seu peso no país, mas certamento o raciocínio acima se aplica a todos os outros, apoiadores ou não do governo anterior.
Para finalizar, vai uma sugestão para todos: Pensem fora da caixa e avaliem com suas equipes os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU para 2030 (faltam apenas 8 anos) e pensem em uma maneira de inclui-los nos seus planos de governo, não esquecendo o salto que a tecnologia vai proporcionar nesses próximos anos.
Paulo Milet é empresário de tecnologia e EaD, formado em Matemática/UnB com Pós em Adm. Pública/ FGV e Presidente do Conselho de Educação da ACRJ.
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