O resultado do 2º turno das eleições nos deu vários recados, mas para mim o mais representativo foi a coalisão de opostos em prol de um projeto único de democracia, de visão social e acima tudo, de PAZ. Penso que as Instituições saíram fortalecidas, mesmo com alguns tropeços e exageros, e revelaram a necessidade de um posicionamento firme e vigilante na defesa da legislação e da nossa Constituição.
Lula recebeu de imediato, inúmeros apoios e congratulações por sua eleição, como é de praxe nas relações democráticas e livres, inclusive dos chamados “irmãos de Bolsonaro”, tais como: Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria – no poder há 12 anos seguidos, perseguindo a imprensa e interferindo no Judiciário -, por meio da aliada, Katalin Novák, presidente do país. Além dele, o príncipe da Arábia Saudita Mohammed bin Salman, acusado de ser o mandante do assassinato do jornalista do Washington Post e que comanda uma ditadura fundamentalista com sérias violações aos direitos humanos, também cumprimentou o vencedor.
Para além da legitimidade das urnas, a disseminação de fake news continua de forma irresponsável e por vezes até ingênuas. Conduzidas por uma extrema-direita com grande conhecimento do mundo digital, coloca seus apoiadores em uma verdadeira ilha. Isolados de noticiários, os seguidores se moldam apenas por redes sociais fechadas e repletas de conteúdos ideológicos de teorias conspiratórias.
Acredito tornar-se imperativo que todos nós acessemos várias fontes de informação, que leiamos mais e que estejamos abertos ao contraditório. E que nesse processo possamos resgatar o verdadeiro sentido da palavra cristão, tão utilizada por todos e tão mal compreendida. Uma palavra que foi relativizada e reduzida a uma mera ilusão, uma interpretação equivocada da realidade e do entendimento. Os verdadeiros cristãos reconhecem a importância dos ensinamentos de Jesus, dentre os quais o amor à Deus e ao próximo. E nesse contexto o Sermão da Montanha traduz de forma grandiosa o que devemos reter e praticar para nos tornarmos verdadeiros cristãos.
Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
E fecho esse momento que para mim representa mais um necessário desabafo, com a única frase que me parece coerente em um manifesto surreal que, infelizmente, tive acesso após a promulgação do resultado das eleições.
O PODER EMANA DO POVO, LEMBRE-SE DISSO.
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