Maioria dos democratas prefere outro candidato, enquanto republicanos cerram fileiras em torno de Trump
Seis de cada dez eleitores democratas dizem não querer que o presidente americano, Joe Biden, seja o candidato do partido nas eleições de novembro do ano que vem. O dado da última pesquisa Washington Post-ABC News, realizada entre os dias 15 e 20 de setembro, reforça um sentimento que se consolida. Uma das preocupações é a idade avançada. Embora quem trabalhe com Biden garanta que, aos 80 anos, sua capacidade intelectual se mantém intacta, a impressão pública é de fragilidade.
A popularidade baixa, principalmente por questões ligadas a imigração ilegal e economia, é outro ponto de atenção. Sua aprovação está em 41%, segundo a média mantida pelo site FiveThirtyEight. A esta altura do mandato, apenas Jimmy Carter e Donald Trump apresentavam números piores. Nenhum dos dois foi reeleito. Decisões de campanha, como a inédita participação num piquete de greve de trabalhadores da indústria automobilística, serão na certa exploradas pela oposição (basta o preço dos carros subir).
O processo de impeachment aberto neste mês pelos republicanos na Câmara tem poucas chances de incriminar Biden. Todas as investigações até agora não sustentam as acusações de que, quando vice de Barack Obama, ele tenha beneficiado ilegalmente os negócios de seu filho Hunter. Porém tal constatação não impedirá que o Congresso sirva de palco a todo tipo de ataque. Para a infelicidade dos democratas que querem outro candidato, não parece haver alternativa viável. A vice, Kamala Harris, não é bem avaliada.
Enquanto crescem as dúvidas sobre a viabilidade da reeleição de Biden entre os democratas, Trump consolida sua liderança na disputa interna dos republicanos. Ser réu em — até agora — quatro processos não tem abalado o apoio da base do partido (o efeito parece ser contrário). Devido a sua vitalidade, a idade, 77 anos, não é apontada como problema.
Trump tem mantido vantagem de 40 pontos sobre o segundo colocado nas prévias, o governador da Flórida, Ron DeSantis. Dada a distância, repetiu nesta semana a estratégia de não participar de debates. No primeiro, no mês passado, foi poupado pela maioria dos pré-candidatos. Na quarta-feira, virou alvo. É incerto se a nova tática surtirá algum efeito.
Na maioria das pesquisas sobre a eleição do ano que vem, Biden e Trump seguem empatados. Em 2020, o democrata se apresentou como salvador da democracia. No ano que vem, terá um mandato para ser avaliado. Mesmo considerando a possibilidade de Trump se enrolar ainda mais com a Justiça, a eleição de 2024, vista de hoje, deverá ser mais apertada do que os democratas gostariam.
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