sexta-feira, 25 de outubro de 2024

DESVIO DE COTA PARLAMENTAR

Camila Bomfim, Isabela Camargo, Márcio Falcão, Fábio Amato, g1 — Brasília

Deputado Gustavo Gayer é alvo de buscas da PF em operação contra desvio de cota parlamentar; celular é apreendido

Gayer é suspeito de desvio de recursos públicos de verbas parlamentares para financiar suas empresas; policiais apreenderam mais de R$ 70 mil na casa de um assessor. Em vídeo, deputado negou envolvimento em esquemas.

➡️ Segundo as investigações, Gustavo Gayer era o personagem central de um esquema para desviar verbas parlamentares.

➡️ O dinheiro irrigava, de acordo com o inquérito, empresas privadas do político e entidades sociais "de fachada".

g1 e a TV Globo tentam contato com Gayer. Em uma rede social, o deputado postou que foi acordado às 6h "com a minha porta sendo esmurrada pela Polícia Federal".

"O que eu sei até agora é que esse inquérito foi aberto no mês passado, 24 de setembro, né? Está aqui, ó, não dá para saber nada, ter nenhuma informação do que se trata. Sei que alguns assessores meus também receberam a busca e apreensão", disse Gayer no vídeo.

"Vieram na minha casa, levaram meu celular, HD, meu SSD. Essa democracia relativa está custando caro para o nosso país. Alexandre de Moraes determinou essa busca e apreensão agora, aqui no documento não fala o porquê. Numa sexta-feira, sendo que a eleição é no domingo", seguiu.

Gayer não é candidato no segundo turno das eleições, mas atua na campanha de um dos concorrentes à prefeitura de Goiânia.

"Já estamos providenciando a habilitação nos autos, que poderá ser admitida somente por Alexandre de Moraes, sem prazo certo e determinado. Entendemos que ações deste tipo não podem ser deflagradas no ápice do processo eleitoral, posto que atos judiciários interferem diretamente na política local, o que coloca em xeque a seriedade das decisões", disse Gayer em nota divulgada pela assessoria.

As suspeitas sobre Gayer e assessores

Segundo as investigações, além de ser suspeito de desviar recursos públicos para suas empresas, Gayer também teria participado ativamente da criação e manipulação de entidades fictícias para desviar verbas por meio de emendas parlamentares.

Segundo a investigação, Gayer é descrito como a figura central no esquema, liderando as operações tanto no seu gabinete parlamentar quanto nas empresas privadas associadas a ele e à família dele.

De acordo com as suspeitas da PF, ele teria coordenado um esquema com assessores parlamentares para administrar essas atividades, mascarando seu envolvimento com o uso de “testas de ferro” para operar as empresas.

As investigações apontam que o deputado Gustavo Gayer e assessores são suspeitos de participação em esquemas de desvio de recursos públicosassociação criminosa e falsificação de documentos.

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