No dia a dia, inúmeras atitudes podem reduzir despesas e
contribuir para a sustentabilidade. Por que não pegar aquilo que está parado
em casa e procurar trocar por algo mais útil naquele momento?
Cada vez mais se consolidando como uma nova ordem mundial, a
economia circular apresenta conceito e alcance amplos. Essencial para o futuro
do planeta, seu fundamento conquista empreendedores, tanto pela necessidade
ambiental quanto pelo retorno financeiro, porém ainda há um vasto campo para
ampliação, especialmente em relação aos consumidores. Da adesão às empresas que
adotam essa premissa à revenda e troca de produtos, são diversas as
possibilidades para o cidadão — e que precisam ser incentivadas por governos e
instituições.
Nesta época do ano, muitos pais pelo Brasil fazem uso dessa
alternativa de forma intensa para renovar o material escolar dos filhos.
Livros, mochilas, uniformes e outros itens usados, porém em bom estado de
conservação, são vendidos a preços mais baixos, numa rede que ajuda no
orçamento familiar, sempre pesado em janeiro com impostos, férias e gastos de
dezembro. A questão é fazer essa atividade virar um comportamento.
No dia a dia, inúmeras atitudes podem reduzir despesas e
contribuir para a sustentabilidade. Por que não pegar aquilo que está parado em
casa e procurar trocar por algo mais útil naquele momento? Ou vender um
eletrodoméstico que precisa de reparo para quem pode fazer o conserto sem,
simplesmente, descartá-lo no lixo? Mudar essa maneira de consumo da população,
fazendo com que um mesmo produto adquira valor por mais tempo no mercado, é um
desafio.
Além de um hábito a ser transformado, o intenso estímulo à
aquisição de mercadorias bate de frente com a economia circular. Mas o que pode
parecer ruim para alguns empresários é, na verdade, um leque de oportunidades.
Ao contrário do modelo linear tradicional, o reaproveitamento, a reciclagem e a
remanufatura oferecem opções de trabalho e de lucro. Com estratégias bem
desenvolvidas, torna-se possível a criação de postos de emprego e de novas
fontes de faturamento. A partir da utilização da tecnologia e da aposta na
inovação, a circularidade promove o crescimento de maneira sustentável.
No país, a economia circular ainda precisa envolver mais os
compradores, protagonistas na cadeia produtiva. Há conquistas importantes nesse
quesito, no entanto, não o bastante diante de todo o potencial. A troca e a
revenda de mercadorias despontam com variadas hipóteses no cotidiano das
pessoas, indo ao encontro da tendência que altera hábitos, contribui para o
sustento dos lares e promove a preservação do meio ambiente. Já a reciclagem
abre as portas para negócios de sucesso.
No âmbito das empresas, o salto maior da economia circular
depende também de condições regulatórias que garantam estímulos, como na
tributação. Associar o máximo de desenvolvimento a um melhor uso de recursos
naturais é outro ponto. Medidas que envolvem as esferas de governo e passam
pelas instituições, num movimento de sintonia, devem ser adotadas. No contexto
dos cidadãos, a conscientização e o olhar para as formas criativas de consumo e
de produção são a proposta desse tipo de modelo. A vontade de aderir e de
expandir o método são a chave desse processo. Os brasileiros, com toda a
diversidade do país, têm a chance de transformar as relações de produção e de
comércio, sendo exemplos de êxito para o mundo no conceito da economia
circular.
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