BAIXA TEMPERATURA

Afável. Um doce em pessoa com a imprensa. Assim estava o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) na sabatina realizada pelo jornal Folha de S. Paulo. Ciro Gomes que sempre é arrelio com a imprensa se comportou como um menino que finge ter virado anjinho em frente à mãe só para ganhar doces ou presente. Mostrar uma maturidade apenas por está mais contido com a língua ferina não convence, pelo contrário, causa espanto, se ele comportou-se como um lord, isso representa um perigo porque a dissimulação em grau elevado como vimos causa distúrbios psicológicos a quem está próximo. Não são seus 50 anos que irá dá o passaporte para uma língua de trapo mais contida, sob controle. Aquela arrogância, prepotência não muda, faz parte da genética do deputado.

Ciro Gomes fez a linha paz e amor adotado pelo seu (novo) companheiro, o presidente Lula do Partido dos Trabalhadores, o mesmo PT que Ciro disse em 1994 “os políticos do PT são uns mijões nas calças, uns frouxos”, mas o ano é outro, é 2008 e o lobo na pele de cordeiro defende afinco o partido dos mensaleiros afirmando que o presidente Lula não sabia das negociatas que rolavam ao lado da sala dele. Também disse que montar dossiê não é crime, mas divulgar sim!

Ciro Gomes não se exaltou em nenhum momento da sabatina, o que gerou comentários nos bastidores de que ele estava estranho. Não se engane, o deputado Ciro estava num mantra que nem a pergunta sobre o seu irmão, o governador Cid Gomes (o genro do ano – Veja), foi capaz de tirá-lo do estado zen; apenas disse que o governador tem que dar explicações e pediu aos repórteres permissão para não falar mais sobre o caso porque é irmão dele e ele não se sentiria bem. Fugindo da raia, deputado?!

Afirmou que PT e PSDB são os melhores partidos do Brasil; sabemos que isso tem um preço, o deputado Ciro almeja ser o escolhido do presidente Lula para sucedê-lo em 2010 e disse que será candidato se entender que a candidatura serve ao país. Esse foi um dos momentos da sabatina que Ciro deixou transbordar demagogia tão corriqueira no meio político. Toda candidatura serve ao país, mas antes tem que ver se serve aos caprichos de uma nata de políticos que deixam transparecer a insensatez e talvez seja estes motivos que todos os candidatos se dizem disposto a servir o país!

O outro xodó do deputado Ciro Gomes é o PSDB, onde foi prata da casa, mas os laços fraternos que mantém com o todo-poderoso senador Tasso Jereissati é uma fortaleza e não há tsunamis que abale. Ciro deixou o PSDB, mas jamais a amizade pelo senhor Iguatemi. A prova mais recente é a aliança que apóia a candidatura da ex-mulher de Ciro Gomes à senadora Patrícia Saboya à prefeitura de Fortaleza. o PSDB jogou água fria na candidatura do tucano Marcos Cals para caminhar de mãos dadas com a senadora que nunca deixou de ser tucana.

Mas para não perder o fio da meada, a sabatina da Folha de S. Paulo com o deputado Ciro Gomes foi tão insípida como ir à casa da sogra aos domingos. Ops! Sogra não é família como disse Ciro semana antes da sabatina. Todos os jornalistas e convidados esperavam uma sabatina quente, com discursos polêmicos, o jeito destemperado Ciro Gomes de ser, mas todos ficaram surpresos com a baixa temperatura, nem seu desafeto, o governador paulista, José Serra teve relevância, o deputado respondeu apenas meia dúzia de palavras a respeito do governador, nada que acrescentasse na discussão política do país.