segunda-feira, 25 de maio de 2009

MARCO PRADO VAI À TRIBUNA

O vereador Marco Prado, nesta segunda-feira, 25 de maio, fez uso da Tribuna no Plenário 05 de Julho e manifestou sua indignação com a sentença que cassou seu mandato na Câmara Municipal de Sobral (Ceará), mas enalteceu a decisão da liminar que lhe devolveu as suas funções parlamentar. Marco Prado reafirmou que a sua campanha eleitoral foi realizada com poucos recursos.

Marco Prado agradeceu a todos que estiveram ao seu lado nesse momento difícil da sua carreira política. Em seu discurso, fez questão de lembrar do poeta popular e saudoso fiel amigo “Pedro Lavandeira” que sempre dizia que as campanhas do Marco Prado, o Chocolate era de “um tostão” contra “um milhão”, referindo se aos seus adversários.

Confira a íntegra do discurso do Chocolate.

Senhor Presidente desta augusta casa, Dr. Hermenegildo, Senhores Vereadores, Senho­res arautos de nossa imprensa.

Toda vez que corro o olhar pela página de opinião do jornal Diário do Nordeste, dete­nho-me na frase célebre de seu fundador, o ilustríssimo cearense Edson Queiroz, que, ao referir-se à injustiça e à ingratidão, que pode­rão bater à nossa porta, assim diz:

"Se algum dia vocês forem surpreendi­dos pela injustiça ou pela ingratidão, não deixem de crer na vida, de engrandecê-la pela decência, de construí-la pelo trabalho".

Fui surpreendido, caros edis e amigos da imprensa aqui presentes, há cerca de dez di­as, por uma dessas injustiças e ingratidões, quando a Justiça Eleitoral da 24ª Zona cassou o meu mandato de vereador, conseguido com honestidade, luta e muito apoio das mãos dos sobralenses que, acreditando em minha capacidade de trabalho e envolvimen­to nas questões de nossa amada Princesa do Norte, mais uma vez, confiaram-me o seu voto, símbolo máximo das democracias.

Como aconselha o ilustre cearense autor desta notável frase, confesso que em nenhum momento deixei-me abater pela terrível notí­cia de meu afastamento desta veneranda ca­sa, pois sabia que estava amparado na som­bra projetada pelo sol da justiça nas dobras do estandarte da honestidade, que sempre empunhei em minha caminhada pelas sen­das políticas traçadas, desde há décadas, pe­lo meu avô Jerônimo Prado e trilhadas pelo meu pai durante mais trinta anos, como au­têntico político de nossa cidade e de nosso Estado.

Gostaria de me encontrar hoje nesta tribu­na tratando de outras questões que não esta. Porém, não poderia deixar de prestar a todos os esclarecimentos a respeito de meu brevís­simo afastamento do seio desta respeitável casa legislativa.

É do conhecimento de todos que, seguindo os mesmos passos de meus predecessores familiares citados, milito na política de nossa terra há bastante tempo. Fui candidato por três vezes a prefeito de Sobral, uma vez a deputado estadual e uma vez a deputado federal, vindo, porém, a lograr êxito somente nas eleições passadas, para o cargo de verea­dor deste município.

Para tanto, como ocorrera nas vezes ante­riores, o meu envolvimento na última cam­panha eleitoral foi grande, por que não dizer total.

Apesar dos parcos recursos de que dispu­nha, nunca desvaneci. Sabia que era uma empreitada difícil, mas a assumi, pois contava com o apoio daqueles sobralenses que sempre devotaram confiança em minha pes­soa. O mesmo já havia ocorrido antes, por­tanto já estava acostumado.

Aqui me faz lembrar o saudoso e fiel ami­go "Pedro Lavandeira", quando dizia que as minhas campanhas eleitorais eram marcadas pela desigualdade, relativamente às campa­nhas de meus concorrentes, pois tocadas com "um tostão" contra "um milhão". Trata-se, naturalmente, de uma imagem, porém ex­pressava a verdade que sempre marcou mi­nha atuação na corrida por uma vaga como prefeito de Sobral ou como membro na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará ou na Câmara Federal. Quem não se recorda do carrinho de som puxado a mão pelo Capote, pelas ruas de Sobral?

Na minha campanha para vereador, usei, além de dois carros de som de pequeno por­te, banners, pois foram estes os únicos meios baratos que encontrei para divulgar minhas propostas. Por outro lado, não pichei muros, não enfeei a cidade, nem cometi ações repro­váveis pela lei ambiental.

Constou da representação formulada pelo Ministério Público Eleitoral da 24ª Zona, a qual foi integralmente acolhida pelo Judiciá­rio Eleitoral, como fundamento do pedido da cassação de meu mandato, o fato de ter eu praticado captação ilícita de sufrágio.

Ora, nada mais absurdo. Era do conheci­mento de todos aqui presentes, quiçá de to­dos os sobralenses, que o comentário era ge­ral na cidade de Sobral e nos distritos de que o candidato Marco Prado seria o mais vota­do. E eu, sinceramente, nisso acreditava. E por que não acreditar, se aonde eu chegava sentia o calor efusivo de meus eleitores, que não eram poucos, a envolver-me?

Se era assim, por que, então, cometeria eu a tão perniciosa e abominável prática da "compra de votos"? Não, meus amigos e pa­res e representantes da imprensa, não fiz is­so. Agi com dignidade e decoro em toda a minha campanha, como sempre o fiz em mi­nha vida de cidadão e de político.

Aproveitando a oportunidade, gostaria de agradecer àqueles que, com gestos de solida­riedade e amor, me deram apoio psicológico e moral neste mómento difícil de minha car­reira política, e dizer também do quão feliz estou por ter retornado a esta casa, para dar continuidade ao meu projeto de trabalho em prol do povo sobralense.

Eis, portanto, ilustres pares, o que tinha a esclarecer.

Sobral-CE, 25 de maio de 2009

Marco Antonio Barroso Prado
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Um comentário:

  1. Caro Sobral, fiquei realmente comovida e agraciada ao mesmo tempo pelo brilhante discurso do amigo marco prado, livrando-se cassação a que foi submetido. Digo amigo, porque já me sinto familiarizada com a princesinha do nordeste apesar de ainda não conhecê-la. Mas, não julgando o caráter do político em questão, é palpável a força de vontade e amor que este jovem político nutre por seu povo e suas origens. Como político honesto está quase em extinção, não há duvida de que, por vezes, o publico misture o joio ao trigo. Espero, sinceramente, que esta seja a razão mais provável para a sentença do nosso amigo Chocolate.

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