quinta-feira, 16 de julho de 2009

JOSÉ ROBERTO ARRUDA NAS PÁGINAS AMARELAS

O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM) é o entrevistado nas Páginas Amarelas da revista Veja, que está nas bancas nesta semana. Em entrevista ao repórter Otávio Cabral, José Roberto Arruda fala sobre o caso do Painel do Senado e diz o preço que pagou por isso.

Segundo o governador há fisiologismo em todos os governantes, mas acrescenta que há um limite de fisiologismo e isenta o presidente Lula. Também fala sobre a crise no Senado, a política linha dura adotada por sua administração e a volta por cima. Confira a entrevista.

A crise no SenadoÉ maior do que essa discussão pontual personificada, da notícia do jornal de hoje. O modelo político criado pela Constituição de 1988 foi importante porque permitiu a estabilidade política por duas décadas, mas está dando sinais claros de fadiga. Se não for feita uma reforma política seria, que traga estabilidade às casas legislativas, o país pode ficar ingovernável e, sem dúvida, continuará sendo pautado por escândalos.

Reforma PolíticaÉ preciso ter apenas cinco ou seis partidos que representem diversos espectros ideológicos, como em qualquer país civilizado. Os problemas éticos nas casas legislativas são facilitados por uma legislação política e administração totalmente atrasada e incompatível com o modelo político que o Brasil vive.

FisiologismoÉ quase impossível. Está entranhado de uma maneira tal na cultura política brasileira que, hoje, a única diferença entre um governante e outro é o limite de tolerância e flexibilidade em relação a essa prática. Hipocrisia não reconhecer que todos os governos, literalmente todos praticam certa dose de fisiologismo.

O limite de fisiologismoÉ o limite ético. É não dar mesada, é não permitir corrupção endêmica, institucionalizada. Sei que há corrupção no meu governo, mas sempre que descubro há punição.

Presidente LulaÉ diferente do PT. Porque o presidente é popular. Três motivos segundo José Roberto Arruda. Primeiro: porque tem um tipo de inteligência epidérmica, emocional, que é muito raro. Ele se comunica com a população como ninguém. Segundo: Ele é um homem de sorte. Governou o país em um período de estabilidade econômica. Terceiro: Lula é simpático. Ele é agregador, não é belicoso. Segundo José Roberto Arruda, essas três questões deram ao presidente Lula uma popularidade só comparada a Getúlio Vargas.

Defeitos do presidente LulaTem. como Getúlio Vargas tinha. No caso do Getúlio Vargas era o autoritárismo. Lula tem uma tendência de simplificar problemas complexos em vez de dar soluções estruturais definitivas. O governador cita como políticas de GV o impulso na economia, infraetrutura, enquanto o presidente Lula chega com o Bolsa-Família.

Bolsa-FamíliaAtende e escraviza. Citou que há pessoas em Brasília que se dispõe a fazer um serviço doméstico, mas não aceitam ter carteira assinada para não perder o beneficio.

Eleições 2010Meu partido vai seguir com o PSDB. Ainda é cedo. Muita coisa ainda pode mudar, mas alguma coisa me diz que o quadro eleitoral do ano que vem não é esse que está colocado hoje.

Política linha dura e rejeição A política de ordenamento urbano de gestão responsável da máquina pública contraria muitos interesses. O governador chegou a ter 58% de rejeição com a política linha dura implantada no Distrito Federal em sua gestão. De 44 secretarias, José Roberto Arruda fez um corte que sobram apenas 20 secretarias.

Hoje, num patamar mais confortável o governador do Distrito Federal está em números mais confortáveis, segundo pesquisa feita recentemente, 74% da população aprovam seu governo. Confortável, mas longe do que gostaria se simplesmente fosse o populista clássico e não contrariasse os interesses de ninguém.

José Roberto Arruda diz :
é muito fácil no Brasil governar sem contrariar nenhum interesse. Você não constrói nada novo, mas todo mundo te ama.

Copa do Mundo – 2014O governador fala sobre os investimentos feitos na Capital Federal. Mas tudo será revertido para a modernização da cidade e para o beneficio da população.

Painel do SenadoQuando você está ali, no Senado, você pensa que é Deus. Eu reconheci o erro e paguei um preço muito alto por isso, que foi minha saída do Senado, recomecei do zero. O governador José Roberto Arruda cita a diferença entre o caso do Painel do Senado e Sarney. O que tem de diferente é que reconheci meu erro. E graças a esse reconhecimento consegui dar a volta por cima.
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