A 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro proibiu a realização
de cultos religiosos nos vagões da SuperVia. A empresa terá de providenciar a
colocação de avisos em suas bilheterias e trens, comunicando ao público a
proibição de cultos religiosos, de qualquer natureza, no interior das
composições.
Além disso, a Justiça determinou ainda que a SuperVia deve
informar sobre a possibilidade do uso de força em caso de desobediência, sob
pena de multa diária de R$ 5 mil. A sentença estipula também que a SuperVia
deve adequar os avisos aos seus passageiros, aumentando o tamanho e utilizando
cores chamativas de modo a torná-los mais visíveis.
A decisão é favorável a uma ação civil pública ajuizada pelo
promotor de Justiça Rodrigo Terra, titular da 2ª Promotoria de Justiça de
Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor e do Contribuinte. A ação se baseou em
inquérito civil que registrou mais 100 queixas à SuperVia. De acordo com o
promotor, as reclamações apontam que as manifestações religiosas incomodam
grande parte dos usuários, por serem feitas a altos brados, por meio de
entonação de cânticos, instrumentos musicais, gritarias e ofensas verbais
àqueles que não comungam da mesma fé.
O promotor Rodrigo Terra afirma que, "embora a maioria
das reclamações se refiram a grupos evangélicos, o fato é que qualquer segmento
religioso que adote práticas semelhantes, capazes de constranger ou causar
desconforto aos usuários do serviço, não encontra nos vagões ferroviários o
ambiente adequado para a manifestação de seu credo".
SuperVia diz que já cumpre medidas
Em nota, a SuperVia informou nesta quarta-feira que já
cumpre as determinações desde setembro de 2009, quandou houve decisão
semelhante da 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro. "A ação já estabelecia que a concessionária deveria colocar
avisos nas bilheterias e nos trens, em local visível, comunicando ao público a
proibição de qualquer manifestação religiosa, informando, inclusive, sobre a
possibilidade de cessação coercitiva, pela autoridade policial", diz o
texto.
A empresa também garante já ter orientado líderes religosos
a respeito da decisão judicial, "que se comprometeram a cumprir e
mutiplicar a determinação". "É importante ressaltar que a empresa não
faz nenhuma discriminação de caráter religioso", diz a SuperVia, que
recorrerá contra o trecho da decisão que estipula multa diária de R$ 5 mil em
caso de descumprimento.
Do Terra
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