Por Gilberto Dimenstein, colunista da Folha de S. Paulo
Fernando Haddad me disse que considera a cidade de São Paulo
um cemitério de políticos _afinal, tantos foram os ex-prefeitos que saíram
desgastados do cargo.
Ele venceu a votação para aumento dos impostos. Nem vou aqui
discutir se o aumento é correto ou não. Será que essa vitória vai virar uma
derrota?
O fato, porém, é que, com esse aumento, ele colocou alguns
dedos do pé no cemitério dos políticos. Certamente ele sabe disso, afinal sabe
o impacto que impostos tiveram na vida de Marta Suplicy.
O aumento vai gerar ainda mais cobrança na gestão de Haddad,
que vai ter de mostrar mais e melhores resultados na cidade. É mais fácil subir
impostos do que cortar gastos.
Uma cidade cada vez mais consciente, irritadiça e com
movimentos cada vez mais violentos.
Se, no próximo ano, Haddad colocar a cidade como palanque do
PT, sugerindo o uso eleitoral das obras (e , portanto, trazendo a suspeita de
desperdícios) mais alguns dedos estarão no cemitério.
Por mais que se faça na cidade é pouco para melhorar a
saúde, a educação e a mobilidade.
Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados
a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard
(Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor
blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.
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