quarta-feira, 23 de outubro de 2013

LEILÃO DE UMA NOTA SÓ

Um só consórcio — formado pela Petrobras (10%), pela anglo-holandesa Shell (20%), pela francesa Total (20%) e pelas chinesas CNPC (10%) e CNOOC (10%) — venceu ontem o leilão para explorar o campo de Libra, na Bacia de Santos (RJ). A estreia do modelo de partilha, criado para as novas áreas do pré-sal, surpreendeu analistas e investidores. Eles esperavam a competição da parceria da estatal brasileira com as companhias asiáticas contra um grupo encabeçado pelas europeias. Com o arranjo final, a Petrobras, operadora compulsória do campo com participação garantida de 30%, elevou a sua cota a 40%.
A exploração do Campo de Libra deve elevar substancialmente as reservas nacionais de petróleo, atualmente de 15,3 bilhões, acrescentando entre 8 bilhões e 12 bilhões. Essa riqueza poderá fazer o país saltar da 11ª colocação entre os produtores mundiais para a quarta posição quando alcançar o auge da exploração na área, com picos de 1,4 milhão de barris diários, em 2025. O próximo leilão da área descoberta em 2005 só ocorrerá daqui a dois anos.
Com o único envelope aberto na tarde de ontem, durante cerimônia de 40 minutos realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em um hotel do Rio de Janeiro, a maior reserva petrolífera já descoberta no país foi arrematada sem ágio: as empresas terão de entregar o mínimo de 41,65% do óleo excedente à União. Apesar disso, as autoridades aplaudiram o resultado e o contrato de 35 anos será assinado em um mês, quando o consórcio vencedor pagará R$ 15 bilhões em bônus ao caixa do governo — 80% a mais do que os R$ 8,3 bilhões arrecadados desde 1999, em licitações para exploração de óleo. Nesse esforço inicial, a Petrobras terá de desembolsar R$ 6 bilhões.
Águas ultraprofundas
A combinação inesperada de empresas provocou alívio nos mercados, ao garantir a reunião de capitais de diferentes origens com o conhecimento especial da Petrobras sobre o pré-sal e a extração em águas ultraprofundas. As ações preferenciais e ordinárias da companhia brasileira computaram alta de mais de 5%. As petroleiras que arremataram o bloco gigante, a sete mil metros abaixo da superfície do mar, informaram que têm pressa para explorar a primeira área sob o novo marco regulatório, considerando que sua produção só deve começar em cinco anos e atingir seu volume máximo de extração em até 10 anos.
Do Correio Braziliense
Bookmark and Share

Nenhum comentário:

Postar um comentário