Por Fausto Macedo, O Estado de S. Paulo
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu chegou na noite desta
sexta-feira, 15, na sede da Polícia Federal em São Paulo. Ele estava
acompanhado do seu advogado José Luis Oliveira Lima. Na chegada, ele foi
ovacionado por militantes e petistas que
ocupavam a frente do prédio da PF e gritavam “Dirceu, guerreiro do povo
brasileiro”.
Antes de chegar à PF, o ex-ministro disse que espera que
haja justiça também no mensalão mineiro – processo criminal sobre denúncia de
financiamento ilegal da campanha à reeleição do então governador de Minas,
Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998. “A Justiça brasileira, na ação penal 470, fez
um julgamento totalmente excepcional. Nem no caso do mensalão tucano eu quero
que isso ocorra. Eu quero que haja Justiça que não houve no meu caso.”
Após contemplar as manifestações na sede da PF, ele fez o gesto
com os punhos cerrados para cima, tal qual Genoino fez mais cedo, e entrou para
o prédio acompanhado de delegados e de seu advogado. Dirceu deve ser
transferido, com os demais condenados, para Brasília. Ainda não há definição de
quando isso acontecerá, mas, segundo a PF, deve ser ainda neste final de
semana.
O ex-ministro foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão
pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha, mas começa a cumprir
pena, em regime semiaberto, apenas para o primeiro crime enquanto aguarda a
análise dos embargos infringentes para o segundo.
Antes de chegar à polícia, Dirceu ainda relembrou de seu
tempo de militância contra a ditadura. “Eu já passei por isso, lutando contra a
ditadura para que o Brasil tivesse democracia e aí passei pela injustiça de ser
preso. Agora, o mais grave é que estou sendo preso por ordem da Justiça em
plena democracia.”
Ele foi taxativo. “Porque é só ler os autos para ver que sou
inocente, que fui condenado não pelo que fiz, mas pelo que sou e represento. É
uma condenação política.”
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