Caio Rocha, professor de História, via facebook, especial para o Sou Chocolate e Não Desisto
Não se pode ignorar ao fato de que nada produzido pelo ser
humano e que o beneficia seja de graça, ou 0800, como queiram. Nem injeção na
testa. Ora, o cientista que produziu uma determinada substância com
propriedades curativas não gastaria horas, dias, meses ou anos produzindo
avanços pensando unicamente no bem da humanidade e ignorando as suas contas
para pagar e suas necessidades orgânicas por alimentação.
O mesmo exemplo se estende para tudo mais no mundo humano,
até mesmo para a enfermeira que aplica a injeção. Pode esta até ser voluntária,
mas se não tiver uma fonte de renda extra que permita compensar sua atitude benemérita,
como estará provida? Viverá na dependência de outros para lhe por algo à boca?
O que faz a grandeza de uma nação é a produção de riqueza e a valorização do
trabalho.
Quanto maior e mais dinâmica é a atividade econômica, e
quanto mais racional, transparente e liberal o Estado é, melhores serão as
condições de vida de um povo. O lucro não é condenável moralmente. Errado é a
avareza de espírito. O esbanjamento desmedido.
O empresário, a meu ver, ajuda um país quando investe seu
capital em atividade de produção de bens e mercadorias e tira muitas pessoas da
pobreza em seu processo produtivo, uma vez que passam estas a receber um
salário que lhes permitam comer e se vestir melhor, ter acesso à maior
instrução e à entretenimentos outrora vislumbrados por apenas um segmento
social mais elevado financeiramente. Com o aumento da renda geral (PIB), aos
poucos a renda do trabalhador vai crescendo.
Nem de longe o que um trabalhador formalizado ganha o que
ganhava um na era inglesa pré-vitoriana. Isso só foi possível através de uma
evolução da acumulação de capital.
Agora, suprima-se o lucro e proclame-se a igualdade total e
irrestrita. Quero ver por quanto tempo aguentará a enfermeira em trabalhar e
receber exatamente o que uma pessoa ociosa recebe. Ou se os trabalhadores da
fábrica de agulha e de seringa aguentarão ou acharão justos produzir sem ser
remunerados de alguma forma.
Ou se o cientista que produziu a vacina aguentará queimar as
pestanas sem receber compensações materiais. Portanto, nosso país precisa
definir um plano estratégico de desenvolvimento nacional. Precisamos de uma
reforma tributária e fiscal que leve o Estado a gastar de forma eficiente o que
se arrecada. Definir quais áreas merecem maiores atenções. A meu ver, educação,
ciência e tecnologia, infra-estrutura e logística. Erra este governo ao
priorizar o consumo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário