Por Cilene Victor, via Facebook
Na semana em que a editoria de política da Folha de S.Paulo
deu um show de horrores, acredito que centenas de leitores, como eu, aguardavam
ansiosamente pela coluna da ombudsman. Para a minha surpresa, nenhuma linha de
Suzana Singer sobre a cobertura revanchista, rancorosa, comprometida e
infantilizada da Folha sobre o mensalão.
A respeitada ombudsman usou a coluna de hoje, intitulada
"Edição Frankenstein", pasmem, para falar sobre a desorganização dos
"cadernos de sábado". Cheguei a rir quando comecei a ler!
Aposto um pirulito de sorvete de chuchu se essa foi
realmente a principal crítica que o jornal recebeu de seus leitores na semana
em que a redação parece ter funcionado dentro de um bueiro.
Fazer uma cobertura tendenciosa já era o esperado, mas
fingir que nada aconteceu já é uma tentativa de amputar o nosso senso crítico
com uma serra elétrica - a mesma que dividiu o país em dois grandes momentos.
A Folha me deu uma grande ideia. Posso fazer com os meus
alunos o seguinte exercício: escreva uma reportagem como se você estivesse
escrevendo um editorial. Seja criativo, use e abuse de adjetivos, de advérbios
de intensidade e finja que o seu leitor é um débil.
Parabéns, Folha, você passou no teste!
Cilene Victor, professora de jornalismo na Faculdade Cásper
Líbero e comentarista do Jornal da Cultura.
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