Caio Rocha, professor de História, via Facebook
Outro dia, questionaram-me em off nesta rede social:
"Caio, como pode você defender um sistema opressor como o
capitalismo?" Apenas respondi que é importante nutrir utopias, já que elas
servem para o aprimoramento das sociedades humanas e de suas instituições,
porém a realidade objetiva não me permite comungar com o caminho que os
marxistas ou estatistas propõem para chegar à perfeição do edifício
civilizacional, pois ambos (estatismo e marxismo) são comprovadamente
insustentáveis e em nada ajudam a reduzir as disparidades entre os indivíduos.
Lênin até deve ter tido boas intenções ao derrubar o
czarismo russo em sua revolução vermelha de 1917, mas ao percebermos todo o
percurso que deste acontecimento resultou, concluímos que foi algo mais
opressor, principalmente na Era Stálin, que classifico como "ditadura
SOBRE o proletariado.
A história soviética é marcada por uma casta de notáveis que
seguiam a cartilha do partido único e formavam a NOMENKLATURA, beneficiavam-se
bastante desse "igualitarismo", ou simplificando: uns se tornaram
"mais iguais" que outros, obtendo alguns privilégios vedados aos
demais.
Voltando para a discussão sobre o capitalismo, o que tornam
as sociedades desiguais economicamente são as relações que os indivíduos
estabelecem entre si mesmos e entre a natureza, resumindo, ao tipo de
mentalidade que prevalece nas mentes de um povo.
Culturas não desenvolvidas tecnologicamente e que alicerçam
suas premissas existenciais em valores nocivos ao progresso, como o
assistencialismo, fatalismo, misticismo, extremismo religioso e o
patriarcalismo, além de "jeitinhos", ficam à mercê das intempéries da
natureza e a pobreza será a marca mais evidente destas relações.
Culturas que valorizam o trabalho e a prosperidade material
oferecem aos indivíduos das camadas mais pobres condições de não apenas se
integrarem ao mercado de consumo, mas de poder ter ter uma renda que lhes
permitam ter uma vida mais digna.
Política social é, ao meu ver, gerar empregos, não por vias
públicas, mas em âmbito privado, através de um ambiente favorável ao
empreendedorismo e aos investimentos internos. Não é errado enriquecer. Errado
é ser avarento e colocar o dinheiro acima de tudo, até das leis, usando de
influência econômica e política para prejudicar os interesses de toda uma
sociedade.
Quando uma pessoa enriquece de maneira lícita e gera
empregos, contribui para que mais famílias tenham o mínimo de dignidade para
prover-se do que necessita para sua sobrevivência. Diante de tantas
oportunidades que as políticas sociais do governo dá, cabe exatamente aos mais
desvalidos buscarem usar dos instrumentos dados para sua emancipação social.
Quanto maior é o ritmo de desenvolvimento econômico, mais
gente deixará de ter péssimas condições de vida. Há uma natural distribuição de
renda por meio dos salários.
Se o Estado governar as finanças públicas adequadamente,
ponderando quanto aos gastos supérfluos e mal planejados e definir política
econômica que não sobrecarreguem os ombros dos contribuintes nacionais, os
ganhos reais do salário mínimo estarão acima da inflação, havendo uma
transferência natural de renda para os trabalhadores.
E estes, ao se
qualificarem, receberão melhores salários que lhes permitirão compor uma
poupança. E se tiverem espírito empreendedor, usarão dela para começar
um negócio, que por sua vez ao crescer, ajudará a tirar outras pessoas da
miséria.
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