Cerca de 1 bilhão de pessoas ainda não têm acesso a
sanitários, o que representa um risco potencial para a propagação de doenças,
como demonstrou a disseminação do vírus do ebola. O dado é do relatório Glaas,
divulgado nesta quarta-feira (19) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Publicado
a cada dois anos, o documento avalia o acesso à água e a sanitários com base em
informações de 94 países e 23 agências.
Das pessoas que não têm banheiro, 825 milhões se concentram
em apenas dez países, cinco deles na Ásia, sendo que a Índia aparece na
liderança, com 597 milhões de pessoas, seguida de Indonésia, Paquistão, Nepal e
China (10 milhões). Na África, a Nigéria lidera o ranking com 39 milhões de
pessoas. Completam a lista Etiópia, Sudão, Níger e Moçambique (10 milhões).
De acordo com o documento, na Nigéria tem havido apelos para
que a população evite a prática de defecar ao ar livre pelo temor de que o
ebola se propague pelos fluidos humanos. Na Libéria, o país mais afetado pela
epidemia, cerca da metade dos 4,2 milhões de habitantes não utilizam
sanitários. Em Serra Leoa, outro país castigado pelo vírus, estima-se que 28%
dos indivíduos não tenham banheiro em casa.
Na África subsaariana, onde 25% dos habitantes defecam ao ar
livre, estimativas indicam que uma criança morre a cada 2 minutos e meio, após
ingerir água não potável ou como consequência da falta de sanitários e de
higiene.
Embora tenha havido progressos no acesso à água potável e
aos sanitários, o documento destacou que "a falta de financiamento
continua a limitar estes avanços". "Nós não sabemos ainda qual será a
agenda para o desenvolvimento sustentável após 2015, mas a água e os sanitários
devem ser prioridades claras, se quisermos criar um futuro que permita que
todos se beneficiem de uma vida sadia, digna e próspera", afirmou, durante
a apresentação do informe, Michel Jarraud, encarregado de água na ONU e
secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Da AFP via Veja
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