Derrotados já no primeiro turno das eleições, os candidatos
do PT aos governos de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Distrito Federal
amargam não apenas a rejeição dos eleitores, mas também dívidas milionárias de
campanha. Levantamento do site de VEJA com base nas prestações de conta
divulgadas na noite desta terça-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
mostra que Alexandre Padilha, Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann e Agnelo
Queiroz fecharam a corrida eleitoral com saldo negativo superior a 40 milhões
de reais. Somente Padilha acumula 24,7 milhões de reais em dívidas – o petista
gastou 40,2 milhões de reais, mas arrecadou apenas 15,5 milhões. A fracassada
campanha do ex-ministro da Saúde gastou praticamente o mesmo valor que a do
governador reeleito Geraldo Alckmin (PSDB), mas arrecadou menos da metade. E
resultou em uma histórica derrota para o PT no Estado. Além de garantir mais
quatro anos à frente do Palácio dos Bandeirantes, Alckmin saiu da disputa com
621 reais em caixa.
Após quatro anos de uma administração atrapalhada, com
denúncias de corrupção sempre rondando o Palácio do Buriti, Agnelo Queiroz nem
sequer chegou ao segundo turno da disputa no Distrito Federal: obteve 307.500
votos. Para isso, contudo, gastou 18,4 milhões de reais. Ou seja, cada voto
"custou" ao petista 60 reais – o maior valor dentre os quatro. Na
sequência está a senadora Gleisi Hoffmann, que gastou praticamente 30 reais por
voto recebido. Lindbergh Farias ocupa a terceira posição, com o custo de 24
reais por voto. Já Padilha "gastou" 11,50 reais para cada um dos
3.888.584 votos que recebeu em São Paulo.
Mais da metade do dinheiro arrecadado pelos candidatos foi
gasta com empresas de publicidade e gráficas para criação e impressão de
material de campanha. Padilha pagou ainda 1,6 milhão de reais com assessoria de
imprensa. Lindbergh desembolsou 720.000 reais com consultoria. Gleisi gastou
120.000 reais com uma empresa de contabilidade. Agnelo torrou mais de 3 milhões
de reais só com produtoras de vídeos.
E não foram apenas os petistas derrotados que saíram da
campanha endividados: o governador eleito na Bahia, Rui Costa (PT), saiu da
corrida eleitoral com uma dívida de cerca de 13 milhões de reais. Já na
campanha mineira, o cenário foi diferente para o PT: o partido investiu pesado
na campanha de Fernando Pimentel ao governo. O petista arrebanhou uma das
maiores arrecadações nas disputas estaduais (53,4 milhões de reais) - e
derrotou o tucano Pimenta da Veiga no primeiro turno. O candidato do PSDB
amargou ainda uma dívida de 2,7 milhões de reais.
Alexandre Padilha – Lançado na disputa ao governo de São
Paulo como o terceiro poste do ex-presidente Lula, Alexandre Padilha amargou a
terceira colocação nas eleições, recebendo 3.888.584 votos em um Estado com 32 milhões
de eleitores. Além da derrota, Padilha
gastou mais do que arrecadou e saiu da campanha com uma dívida de 24,6 milhões
de reais. Entre os principais doadores, estão a indústria farmacêutica, a de
bebidas alcoólicas e empreiteiras.
Despesa: R$ 40,2 milhões. Arrecadação: R$ 15,5 milhões.
Lindberg Farias – Em uma disputa na qual a presidente Dilma
Rousseff apoiou os quatro principais candidatos ao governo do Rio de Janeiro, o
senador petista Lindberg Farias saiu em desvantagem na largada e ficou
escanteado durante toda a corrida eleitoral. Acabou em quarto lugar, com 10%
dos votos válidos, e uma dívida de quase 12 milhões de reais. O candidato
Anthony Garotinho (PR), que ficou na frente de Lindberg em terceiro lugar, teve
parte de suas dívidas quitadas pela campanha de Dilma.
Despesa: R$ 19,3 milhões. Arrecadação: R$ 7,3 milhões.
Gleisi Hoffmann – Da
Casa Civil para o fracasso na disputa pelo Estado do Paraná, Gleisi Hoffmann
obteve 14,87% dos votos válidos. O número não foi suficiente nem para forçar um
segundo turno entre Beto Richa (PSDB) e Roberto Requião (PMDB) — o tucano
venceu a corrida no primeiro turno.
Despesa: R$ 26,9 milhões. Arrecadação: R$ 21 milhões.
Agnelo Queiroz
– Com um mandato mal-avaliado, o atual governador do Distrito Federal, Agnelo
Queiroz, não conseguiu a reeleição e ainda perdeu a segunda colocação para um
candidato lançado no meio da corrida eleitoral — Jofran Frejat (PR) assumiu em
setembro a cabeça da chapa, antes pertencente
ao ficha-suja José Roberto Arruda, que na época liderava as pesquisas eleitorais.
Com o 'custo' médio de 60 reais por eleitor, Agnelo Queiroz recebeu apenas
307.500 votos.
Despesa: R$ 18,4 milhões. Arrecadação: R$ 16,6 milhões.
Fonte: site da Veja
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