Para suprir a vaga deixada por Joaquim Barbosa, o ministro
Dias Toffoli requereu a transferência da Primeira para a Segunda Turma do
Surpremo Tribunal Federal, encarregada de julgar as ações penais do petrolão,
como expliquei aqui.
Isto significa que os petistas que comandaram o maior
esquema de corrupção da história brasileira serão julgados por um ex-advogado
do PT.
Foi de Gilmar Mendes a sugestão de que um dos integrantes da
Primeira Turma migrasse para a Segunda para evitar que os inquéritos da
Operação Lava Jato começassem a ser analisados com o quórum reduzido, o que
aumentaria as chances de empate.
Não sei se Mendes mordeu a isca da demora da presidente
Dilma Rousseff em indicar um nome, mas o fato é que o PT agiu depressa para
aproveitar a oportunidade.
Bacharel em direito pela Universidade de São Paulo, Toffoli
advogou para a liderança petista na Câmara e foi advogado do partido em três
campanhas presidenciais de Lula: 1998, 2002 e 2006.
Em 2003, foi levado para a subchefia de Assuntos Jurídicos
da Casa Civil, comandada pelo ex-ministro José Dirceu, hoje mais conhecido como
o “Bob” da propina; e chegou à Advocacia-Geral da União em 2007, a convite de Lula.
ToffoliIndicado mais uma vez por Lula, Toffoli chegou ao
Supremo Tribunal Federal, onde votou pela absolvição de seu ex-chefinho José
Dirceu no processo do mensalão, supostamente por julgar insuficientes as provas
contra o mensaleiro.
Como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
Toffoli permitiu toda sorte de ataques da campanha de Dilma a Marina Silva e a
Aécio Neves no primeiro turno e no começo do segundo, e quando o tucano começou
a reagir no debate do SBT, decidiu proibir os ataques dizendo que este jogo
“não é civilizado, não é pedagógico, não é educativo para o povo brasileiro”.
Diante das revelações crescentes do petrolão do PT na
imprensa, Toffoli revelou com todas as letras seu autoritarismo de dono da
democracia, pregando em sessão do tribunal editada no vídeo abaixo uma
intervenção que não está na Constituição, nem existe em qualquer país
democrático do mundo:
“Tem que acabar com esse negócio de aparecer jornal e
revista nos programas eleitorais.”
Foi o TSE comandado por esse tiranete que deu à campanha do
PT direito de resposta no site de VEJA depois que a revista simplesmente
divulgou o depoimento do doleiro Alberto Youssef à Polícia Federal, no qual ele
afirmava que Lula e Dilma sabiam de tudo do petrolão.
A recente quebra do sigilo dos depoimentos revelou que VEJAestava certa, mas obviamente isto não muda o resultado eleitoral.
É mesmo “imparcialíssimo” esse tal de Toffoli, não? O “Bob”
agradece.
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