A propaganda do PT no primeiro turno das eleições do ano
passado, onde o debate de ideias foi enterrado, prevalecendo o discurso do ódio, medo na televisão, e principalmente nas redes sociais, aos poucos, está
voltando a cena, nas redes.
Blogs, sites e perfis nas redes sociais que recebem verbas
do governo federal, os chamados "imprensa vermelha", estão em pleno vapor
na distribuição de artigos, posts, compartilhamentos do discurso do medo, velho conhecido do PT.
Espalhar o discurso do medo é a nova empreitada dos chamados
“Blogs Progressistas”, segundo eles, caso ocorra o impeachment – que a esquerda
classifica de golpe – da presidente Dilma, o país entraria num caos já no dia
seguinte.
Luis Nassif é um dos jornalistas, blogueiros que tem saído em
defesa do governo Dilma, num artigo recente em seu blog, demonstrou-se
temeroso, alertou seus leitores para um preço alto a ser pago, caso a ‘direita
golpista’ consiga o impeachment da presidente. Nassif manifestou receio que Dilma
jogue a toalha.
Por Luis Nassif
Montando os Atos Institucionais e a lista de cassações,
Costa e Silva chamou o Ministro da Fazenda Delfim Netto e indagou o que
ocorreria se incluísse na lista o banqueiro Walther Moreira Salles.
Delfim disse que nada demais. Haveria problemas com os bancos
nova-iorquinos e europeus, sem dúvida. Também com a mídia norte-americana, já
que Moreira Salles era amigo pessoal dos donos da CBS, do New York Times e do
Washington Post. Fora isso, nada demais.
***
A mesma coisa se sair o impeachment de Dilma. Pouca coisa
mudará, com exceção das seguintes:
* Do lado esquerdo, movimentos sociais, sindicatos e
estudantes sairão às ruas protestando. Do lado direito, sairão os grupos
vociferantes que dominaram as ruas nas últimas manifestações. Entre ambos, os
inevitáveis black blocs e baderneiros em geral.
* Para manter a ordem, governos estaduais darão um liberou
geral para suas Polícias Militares. Dado o grau de exacerbação produzido pelo
impeachment, as pancadarias de Curitiba parecerão bailes de debutantes perto do
novo quadro.
* A bandeira da anticorrupção será levantada em todos os
rincões do país e se transformará em palavra de ordem. De nada adiantará Aécio
Neves prometer blindagem para os políticos peemedebistas citados na Lava Jato.
Depois que Sérgio Moro provou o poder de um juiz de Primeira Instância -
prendendo sem motivo aparente o presidente do maior grupo nacional - o exemplo
se espalhará pelo país. Bastará o casamento de um juiz de primeira instância
justiceiro com um procurador vingador para os mais poderosos se abalarem e os
menos poderosos serem varridos do mapa.
* Haverá uma caça às bruxas na qual grupos de extrema
direita, a exemplo do antigo CCC (Comando de Caça aos Comunistas), sairão a
campo para denunciar, prender e agredir os recalcitrantes. A enxurrada levará
não apenas militantes petistas, mas quem ousar investir contra a onda.
* Do outro lado, o sentimento de indignação e impotência
poderá levar a atitudes radicais, como as que produziu o AI-5.
* Lula não poderá sair sem escolta nas ruas. Mas Fernando
Henrique Cardoso também não. O sentimento de ódio prevalecerá em todas as
instâncias.
Em pouco tempo, os novos vitoriosos estarão se digladiando
pelo botim. Eduardo Cunha e Renan Calheiros brandirão o tacape do controle das
bancadas. E os jornais junto com o PSDB tentarão carrear a vaga do denuncismo
para o lado deles.
* Pouco importa se a guerra quebrar grandes grupos, produzir
estragos nos pequenos e médios, ampliar o desemprego e o descontrole. O que
importa é o poder.
* Quando o grau de fervura estiver insuportável, serão
convocadas as Forças Armadas, para colocar um mínimo de ordem no caos produzido
pela elite política. Dependendo do grau de conflitos, há a possibilidade de se
invocar a Lei de Segurança Nacional, com desdobramentos sobre a mídia e sobre
as redes sociais. E, se a bandeira anticorrupção estiver a pleno vapor ainda,
não faltarão motivos para estender a longa mão de Moro sobre outros
presidenciáveis e outros partidos.
Fora isso, nada demais ocorreria em caso de impeachment.
Daí porque o maior risco não é a possibilidade de um
impeachment. Mas de Dilma jogar a toalha.
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