A Rádio Jovem Pan, emissora paulista que produz conteúdo
jornalístico e esportivo, veiculou propagandas estatais “disfarçadas” de
conteúdo em sua programação durante a gestão Gilberto Kassab (PSD). É o que
afirma reportagem de capa da revista Piauí deste mês. Segundo a publicação,
durante a gestão de Kassab (PSD), atual ministro das Cidades, os repórteres da
rádio recebiam até 10 mil reais extras por reportagens que enaltecessem
programas ou ações da prefeitura.
“Na gestão de Gilberto Kassab, do PSD, a prefeitura
costumava pagar cachê aos repórteres da [Jovem] Pan por esse tipo de serviço, e
um jornalista poderia receber até 10 mil reais extras fazendo uma reportagem
pautada pelos marqueteiros da prefeitura”, informa a edição de julho da Piauí.
De acordo com a revista, propagandas de empresas ligadas ao
governo Geraldo Alckmin (PSDB), como Metrô e Sabesp, aparecem na programação em
formato de “publieditorial” sem a devida identificação. Nesses casos, o ouvinte
não é informado de que se trata de publicidade e não de jornalismo. Neste ano,
o Metrô investiu 235 mil reais na Jovem Pan. Em 2014, esse valor chegou a um
milhão de reais.
A reportagem de Piauí é centrada na guinada ideológica da
Jovem Pan, ao longo dos últimos meses. Segundo a publicação, a emissora optou
por um discurso conservador na tentativa de recuperar a audiência, visando o
eleitorado antipetista. Desde novembro de 2014, o Jornal da Manhã, um dos
principais programas da rádio, conta com comentários da jornalista Rachel
Sheherazade. Quem também tem um programa na emissora é Reinaldo Azevedo,
colunista da revista Veja e do jornal Folha de S.Paulo.


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