sexta-feira, 4 de setembro de 2015

QUEM SABE FAZ A HORA NÃO ESPERA ACONTECER

Na impossibilidade de Dilma concordar com o que ele sugere, Joaquim Levy, ministro da Fazenda, começa a preparar sua saída do governo. E isso passa, sempre que tiver oportunidade, pela reiteração das bases do seu pensamento econômico.
Ontem, Levy aproveitou cinco horas de sabatina no Congresso para disseminar o que aprendeu como economista bem-sucedido e executivo de banco.
Sem perder a elegância, criticou a condução da política econômica nos últimos anos.
- A verdade é que, quando as coisas ficam desfavoráveis, a gente descobre onde estão os problemas. São problemas antigos, que estavam mascarados por uma situação ou por outra – disse.
Fez graça:
- Na maré baixa é que você descobre quem está com calção e quem está sem calção.
Depois de apontar a situação atual do Brasil como “grave e persistente”, afirmou que a solução passa por um desafio à sociedade e ao Congresso, e por um “sacrifício” do governo que terá de rever despesas de forma profunda e procurar novas fontes de receita.
- A gente não pode gastar. Se dermos aumento, depois poderemos ter dificuldade para pagar o que foi permitido – ensinou. “Se a gente não quer mais impostos, não pode ter mais despesas.”
O dilema de todo xerife da economia mal compreendido angustia Levy: qual a melhor hora de sair? E como sair sem parecer derrotado?
É um falso dilema. Não tem hora ideal. E, uma vez derrotado, derrotado foi. Simplesmente não há nada que fazer.
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