Na impossibilidade de Dilma concordar com o que ele sugere,
Joaquim Levy, ministro da Fazenda, começa a preparar sua saída do governo. E
isso passa, sempre que tiver oportunidade, pela reiteração das bases do seu
pensamento econômico.
Ontem, Levy aproveitou cinco horas de sabatina no Congresso
para disseminar o que aprendeu como economista bem-sucedido e executivo de
banco.
Sem perder a elegância, criticou a condução da política
econômica nos últimos anos.
- A verdade é que, quando as coisas ficam desfavoráveis, a
gente descobre onde estão os problemas. São problemas antigos, que estavam
mascarados por uma situação ou por outra – disse.
Fez graça:
- Na maré baixa é que você descobre quem está com calção e
quem está sem calção.
Depois de apontar a situação atual do Brasil como “grave e
persistente”, afirmou que a solução passa por um desafio à sociedade e ao
Congresso, e por um “sacrifício” do governo que terá de rever despesas de forma
profunda e procurar novas fontes de receita.
- A gente não pode gastar. Se dermos aumento, depois
poderemos ter dificuldade para pagar o que foi permitido – ensinou. “Se a gente
não quer mais impostos, não pode ter mais despesas.”
O dilema de todo xerife da economia mal compreendido
angustia Levy: qual a melhor hora de sair? E como sair sem parecer derrotado?
É um falso dilema. Não tem hora ideal. E, uma vez derrotado,
derrotado foi. Simplesmente não há nada que fazer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário