sexta-feira, 18 de setembro de 2015

RASTRO DE DESCONTENTAMENTO

Planejada como uma estratégia para reverter sua queda de popularidade, a série de viagens que a presidente Dilma Rousseff faz pelo Nordeste desde agosto ainda não trouxe os resultados esperados pela petista.
Por onde ela passa, é recebida com uma lista de cobranças e sai deixando empresários frustrados.
A maratona já incluiu 6 dos 9 Estados da região que deu à petista 72% dos votos no segundo turno de 2014.
Nesta semana, ela interrompeu o roteiro para uma agenda do Minha Casa, Minha Vida em Presidente Prudente (SP), na quarta (16), e faria outra em Belo Horizonte nesta sexta (18), que acabou cancelada. A petista deverá retomar as viagens ao Nordeste nas próximas semanas.
Sem novos investimentos para anunciar ou obras novas para entregar, a presidente visitou projetos que acumulam anos de atrasos, como a transposição do rio São Francisco e a ferrovia Transnordestina, com conclusões previstas só para 2017 e 2018, respectivamente.
No Ceará, entregou moradias do Minha Casa, Minha Vida, mas não escapou de reclamações sobre os atrasos nos repasses do programa. Dias depois, ela admitiu que o governo terá que "suar a camisa" para entregar todas as casas prometidas.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará, André Montenegro, o débito com as construtoras no Estado chegou a R$ 160 milhões e gerou mais de 6.000 demissões.
"A resposta foi o silêncio. O que nos deixa intranquilos é o descumprimento dos prazos", disse. Segundo ele, metade da dívida foi paga após a visita presidencial, mas as empresas não sabem quando receberão o restante.
Para evitar um protesto em Pernambuco, a presidente teve que se reunir de última hora com representantes do setor canavieiro, que cobram a liberação das subvenções para cerca de 30 mil produtores afetados pela seca. O pagamento foi aprovado há mais de um ano, mas o dinheiro nunca chegou.
"[A reunião] Gerou uma expectativa positiva, mas até agora nada se efetivou", critica o presidente da União Nordestina dos Produtores de Cana, Alexandre Lima. No encontro, Dilma prometeu dar uma resposta em até 20 dias. O prazo se esgotou e os canavieiros já planejam um protesto para a próxima viagem presidencial à região.

Leia na íntegra a reportagem de Patrícia Britto, da Folha de S.Paulo
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