Do G1
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (24) , em um hotel
de Brasília, o pecuarista José Carlos Bumlai, na 21ª fase da Operação Lava
Jato. A prisão é preventiva, que não tem data para vencer. Ele será levado para
a Superintendência da PF, em Curitiba.
Bumlai deporia nesta terça na CPI do BNDES, na Câmara, que investiga
operações envolvendo o banco, por isso viajou a Brasília. Ele havia sido
convocado para prestar esclarecimentos sobre suspeitas de tráfico de influência
e favorecimento em contratos firmados pelo BNDES.
Pecuarista do Mato Grosso do Sul e empresário do setor
sucroalcooleiro, Bumlai tinha acesso ao gabinete de Lula durante os oito anos
em que o petista comandou o Palácio do Planalto. Os dois se conheceram em 2002,
apresentados pelo ex-governador sul-matogrossense Zeca do PT, e estreitaram a
relação nos anos seguintes.
Um dos delatores da Operação Lava Jato, o lobista Fernando
Soares, conhecido como Fernando Baiano, afirmou em depoimento ao Ministério
Público Federal que repassou R$ 2 milhões a Bumlai referente a uma comissão a
que o pecuarista teria direito por supostamente pedir a intermediação de Lula
em uma negociação para um contrato e que Bumlai afirmou a ele que o dinheiro
seria usado para pagar uma dívida imobiliária de uma nora de Lula.
O advogado Arnaldo Malheiros Filho, que defende o empresário
e pecuarista, disse que a prisão do cliente foi uma surpresa, porque Bumlai
estava em Brasília para atender convocação da CPI do BNDES. A defesa afirmou
que ainda está se inteirando dos fatos que motivaram a prisão.
Em entrevista ao jornal "O Estado de S.Paulo"
publicada em 25 de outubro, Bumlai afirmou que não repassou R$ 2 milhões para a
nora do ex-presidente Lula, desmentindo Fernando Baiano.
Na entrevista, Bumlai disse que não é tão próximo de Lula
como é noticiado. Mas o pecuarista confirmou que levou um empresário do setor
de petróleo para uma audiência com o ex-presidente em 2011 a pedido de Fernando
Baiano.
Além de prender Bumlai, a PF fez buscas no quarto dele, à
procura de provas como documentos e computadores. Dois filhos dele são alvo de
condução coercitiva, quando a pessoa é convocada a depor e depois é liberada.
Também foram realizadas buscas na casa de Bumlai, em Campo Grande (MS).
Clique aqui e leia a reportagem na íntegra de Camila Bomfim,
da TV Globo, em Brasília.
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