O Twitter revelou que, desde maio de 2015, mais de 125.000
contas na rede social foram canceladas por conta de ameaças e apologias ao
terrorismo. Segundo a empresa, que tem sua sede na Rua Market (São Francisco,
Califórnia), recrutadores do Estado Islâmico (EI) usavam seus perfis como
ferramenta para atrair pessoas que identificavam como suscetíveis à
manipulação. Em seu blog, a companhia explica: “Condenamos o uso do Twitter
para promover o terrorismo. A ameaça terrorista evoluiu e nossa forma de lidar
com ela também”.
Por isso, a equipe de funcionários que se dedica a monitorar
as atividades que podem ser consideradas delitos foi ampliada. Outra de suas
metas é melhorar o tempo de resposta e decisão para detectar e cancelar as
contas na rede social.
Além do efetivo humano destinado a essa atividade,
imprescindível para captar duplos sentidos, mensagens subliminares e ironias, o
Twitter também criou um algoritmo capaz de captar o conteúdo. “As plataformas
globais na rede estão obrigadas a tomar decisões que são um desafio no campo da
detecção, mesmo sem ter experiência prévia”, afirma a publicação no blog.
A rede social do passarinho azul resolveu anunciar essa
medida poucos dias antes de publicar seus resultados financeiros, na próxima
quarta-feira. Também se espera que o Twitter informe, antes dessa data, dados
relacionados ao produto. E a finalidade é clara: impulsionar a ação antes de
prestar contas publicamente.
O Google também não ficou para trás. Segundo algumas
publicações, a empresa modificou seu sistema de anúncios, o AdWords, para
funcionar de maneira contrária. Se alguém pesquisar termos relacionados com o
EI, o buscador dará destaque a resultados que fazem propaganda contra o
radicalismo islâmico, para dificultar a troca de ideias e informações entre
simpatizantes. Essa medida foi incluída como parte do programa da empresa que
promove ações sem fins lucrativos.
Anthony House, o executivo responsável pela ideia, explicou
seu motivo ao site Mashable: “Temos que colocar ordem em tudo que é ruim, mas
também é importante que as pessoas encontrem boas informações, que quando se
sintam isolados e busquem, desesperadamente, um grupo ao qual se integrar, não
se juntem a um que seja ruim”. Além disso, dentro do programa de promoção de
anúncios grátis, mais ONGs têm acesso à difusão.
O governo dos Estados Unidos trabalha em parceria com o
Twitter, o Google, e também com o Facebook, para frear o avanço da difusão de
mensagens a favor do terrorismo. Em janeiro, foi realizada uma reunião para
discutir diferentes fórmulas de contenção de recrutamento. A intenção da
administração pública dos EUA é promover técnicas para detectar e medir os
níveis de radicalização.
Do El País
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