Da coluna Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deve deixar
pasta nesta semana. Interlocutores da equipe de Dilma Rousseff dizem que ele já
tomou a decisão.
Afirmam ainda que, embora a presidente preferisse que ele
continuasse onde está, desta vez Cardozo, que já ameaçou pedir demissão em outras oportunidades, não deve voltar atrás.
Os dois já teriam inclusive conversado sobre a eventual
demissão. Não está descartada a possibilidade de ele ser aproveitado em outro
cargo.
A saída do titular da Justiça, se efetivada, ocorrerá em um
dos momentos mais delicados do governo Dilma: bombardeada por denúncias que
podem envolver a sua campanha eleitoral, em especial depois da prisão do
marqueteiro petista João Santana, a presidente está cada vez mais isolada e
distante até mesmo do PT, partido que a elegeu e ao qual é ainda filiada.
Cardozo deixa o cargo também em uma semana conturbada, em
que novas delações premiadas podem ocorrer na Operação Lava Jato e em meio a
rumores de que estariam sendo preparadas buscas e apreensões em propriedades
ligadas ao ex-presidente Lula e a seus familiares.
Nas últimas semanas, a pressão sobre Cardozo, vinda do PT,
de partidos da base do governo e de representantes de setores empresariais,
chegou a limites "intoleráveis", segundo revelam amigos próximos do
ministro.
Ele estaria sofrendo críticas "injustas tanto da
direita quanto da esquerda".
E teria concluído que "ajuda mais saindo do governo do
que permanecendo no cargo", afirma um desses interlocutores à Folha.
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