Artigo de Roberto Freire
A presidente Dilma Rousseff posou para as câmeras e convocou
seus ministros no Dia Nacional de Mobilização contra o Aedes aegypti, no último
sábado (13), tentando transmitir à sociedade uma falsa impressão de que o atual
governo está trabalhando com eficiência no combate à dengue, mas os brasileiros
sabem que o país vive um colapso na área da saúde e não há perspectivas de que
a situação melhore no curto prazo. Ao contrário do que faz crer a máquina de
propaganda do lulopetismo, houve corte substancial de recursos no setor e
aumento no número de casos registrados da doença.
Segundo levantamento publicado pela “Folha de S.Paulo”, os
desembolsos federais destinados ao combate de epidemias caíram nada menos que
9,2% em 2015 em relação ao ano anterior. Em valores corrigidos, o Ministério da
Saúde gastou R$ 4,6 bilhões em vigilância epidemiológica no ano passado, ante
R$ 5,1 bilhões em 2014. Esses investimentos compreendem ofertas de insumo,
testes de diagnóstico, campanhas de prevenção de doenças e combate a vetores
potenciais – como é o caso do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da
febre amarela e dos vírus zika e chikungunya.
O resultado de tamanho despreparo do governo Dilma para
enfrentar o problema resulta no crescimento de quase 50% da dengue neste início
de ano em relação ao mesmo período de 2015. De acordo com dados do próprio
Ministério da Saúde, entre 3 e 23 de janeiro o Brasil registrou 73.872 casos
prováveis da doença, enquanto no ano passado foram 49.857 (um aumento de 48%).
Isso sem falar na trágica propagação do vírus zika, apontado como a hipótese
mais provável para os casos de microcefalia em recém-nascidos, que já alcançam
462 de acordo com o último balanço.
O vergonhoso contingenciamento de recursos para o combate ao
Aedes aegypti se soma à absoluta falta de entendimento do governo federal sobre
o que está acontecendo. Dilma e seu ministério parecem perdidos e
desorientados, tendo sido claramente pegos de surpresa pela dimensão do vírus
zika e o recrudescimento da dengue, justamente porque jamais deram a devida
atenção a uma área tão crucial para o futuro do país. Não nos esqueçamos da
afirmação deste governo de que a vacina contra a dengue era “muito cara”, o que
dá a medida da inoperância e da passividade com que essa questão vem sendo
enfrentada.
O maior exemplo do descaso governamental é a absurda decisão
de liberar o ministro da Saúde, Marcelo Castro, a se licenciar do cargo por 24
horas e retornar à Câmara dos Deputados apenas para votar no candidato apoiado
pelo Palácio do Planalto na disputa pela liderança do PMDB na Casa. Trata-se,
evidentemente, de um deboche contra a população e da prova cabal de que este
governo já não mais governa e de que a presidente tem a única preocupação de
evitar o seu impeachment – que, apesar da ambiguidade de alguns setores da
oposição, é apoiado pela maioria expressiva do povo brasileiro.
Ao lidar de forma irresponsável com a saúde dos brasileiros
e afundar o país em uma epidemia de gravíssimas proporções, Dilma Rousseff mostra
mais uma vez que não está à altura do cargo que ocupa, muito menos do momento
delicado por que passa o país. O injustificável corte de recursos destinados a
combater as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é apenas mais uma faceta do
completo desmantelo que marca o desgoverno do PT por onde quer se olhe – do
desemprego à inflação, do mensalão ao petrolão, dos crimes de responsabilidade
cometidos pela presidente às sucessivas denúncias envolvendo seu antecessor. A
saída para o Brasil, hoje mais do que nunca, é o impeachment. Este é o melhor
remédio para curarmos um país doente e o livrarmos de uma vez por todas da
epidemia de incompetência que o assola.
Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente
nacional do PPS
Artigo de Roberto Freire, via Blog do Noblat
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