Da Época
Às 13h32 da última quarta-feira, 16 de março, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava no aeroporto de Brasília, a
caminho de São Paulo, quando atendeu uma ligação em seu celular. O
ex-presidente, na iminência de ser denunciado pela força-tarefa da Operação
Lava Jato, tinha acabado de acertar sua ida para o governo para o cargo de
ministro-chefe da Casa Civil. Naquele momento, a posição no governo era vista
por Lula como garantia de foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal e uma
escapatória de uma eventual ordem de prisão do juiz federal Sergio Moro. Lula
aguardou 11 segundos, ao som de “Ah, se eu pudesse”, de Roberto Menescal e
Ronaldo Bôscoli, como trilha musical de espera, até que surgiu do outro lado da
linha a presidente Dilma Rousseff. Começaram então 30 segundos de conversa que
colocaram Lula e Dilma sob a suspeita de tentar obstruir a ação do Judiciário
na Operação Lava Jato – um crime de responsabilidade que pode acelerar o
processo de impeachment da presidente.
– Lula, deixa eu te falar uma coisa, disse Dilma ao
ex-presidente.
– Fala, querida. Ahn, disse Lula.
– Seguinte, eu tô mandando o Messias junto com o papel pra
gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o TERMO DE POSSE, tá?!,
avisou Dilma, referindo-se a Jorge Messias, o subchefe para Assuntos Jurídicos
da Casa Civil.
– Uhum. Tá bom, tá bom, respondeu Lula.
A conversa foi gravada legalmente por ordem do juiz Sergio
Moro, que havia determinado o monitoramento das conversas de Lula, investigado
pela Lava Jato. Moro recebeu o resultado do monitoramento telefônico às 15h37.
Às 16h21, com o noticiário já dando como certa a nomeação de Lula para a Casa
Civil, e tendo avisado o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o
magistrado retirou o sigilo das gravações. Assim que o recado de Dilma para
Lula se tornou público, sua interpretação foi imediata. O termo de posse estava
sendo enviado às pressas por Dilma a Lula como uma espécie de salvo-conduto
para uso, “em caso de necessidade”, com o objetivo de evitar a prisão do
ex-presidente por Moro, antes que ele fosse empossado oficialmente na Casa
Civil. O diálogo revoltou manifestantes pelo país afora, e o resto já virou
história.
Revista ÉPOCA - capa da edição 927 - Um governo sitiado
(Foto: Ricardo Botelho / Brazil Photo Press / Agência O Globo)
(Foto: Ricardo Botelho / Brazil Photo Press / Agência O
Globo)
Às 13h32 da última quarta-feira, 16 de março, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava no aeroporto de Brasília, a
caminho de São Paulo, quando atendeu uma ligação em seu celular. O
ex-presidente, na iminência de ser denunciado pela força-tarefa da Operação
Lava Jato, tinha acabado de acertar sua ida para o governo para o cargo de
ministro-chefe da Casa Civil. Naquele momento, a posição no governo era vista
por Lula como garantia de foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal e uma
escapatória de uma eventual ordem de prisão do juiz federal Sergio Moro. Lula
aguardou 11 segundos, ao som de “Ah, se eu pudesse”, de Roberto Menescal e
Ronaldo Bôscoli, como trilha musical de espera, até que surgiu do outro lado da
linha a presidente Dilma Rousseff. Começaram então 30 segundos de conversa que
colocaram Lula e Dilma sob a suspeita de tentar obstruir a ação do Judiciário
na Operação Lava Jato – um crime de responsabilidade que pode acelerar o
processo de impeachment da presidente.
Militância. A presidente Dilma Rousseff. Ela fez um discurso
inflamado na posse de Lula, de olho na militância petista (Foto: Arte/Época)
Militância. A presidente Dilma Rousseff. Ela fez um discurso
inflamado na posse de Lula, de olho na militância petista (Foto: Arte/Época)
– Lula, deixa eu te falar uma coisa, disse Dilma ao
ex-presidente.
– Fala, querida. Ahn, disse Lula.
– Seguinte, eu tô mandando o Messias junto com o papel pra
gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o TERMO DE POSSE, tá?!,
avisou Dilma, referindo-se a Jorge Messias, o subchefe para Assuntos Jurídicos
da Casa Civil.
– Uhum. Tá bom, tá bom, respondeu Lula.
A conversa foi gravada legalmente por ordem do juiz Sergio
Moro, que havia determinado o monitoramento das conversas de Lula, investigado
pela Lava Jato. Moro recebeu o resultado do monitoramento telefônico às 15h37.
Às 16h21, com o noticiário já dando como certa a nomeação de Lula para a Casa
Civil, e tendo avisado o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o
magistrado retirou o sigilo das gravações. Assim que o recado de Dilma para
Lula se tornou público, sua interpretação foi imediata. O termo de posse estava
sendo enviado às pressas por Dilma a Lula como uma espécie de salvo-conduto
para uso, “em caso de necessidade”, com o objetivo de evitar a prisão do
ex-presidente por Moro, antes que ele fosse empossado oficialmente na Casa
Civil. O diálogo revoltou manifestantes pelo país afora, e o resto já virou
história.
O governo negou que o envio do termo de posse tivesse esse
objetivo. Segundo o Palácio do Planalto, embora Lula só fosse tomar posse na
semana seguinte, Dilma já queria adiantar a assinatura dele no documento.
“Mudaram tempos de verbo, mudaram ‘a gente’ para ‘ele’ e ocultaram que o que
nós fomos buscar no aeroporto era esta assinatura, em que está assinado o
presidente Lula, mas não tem a minha assinatura. E, portanto, isto não é
posse”, disse a presidente, ao empossar,
às pressas, Lula na Casa Civil na última quinta-feira, 17 de março, numa
solenidade no Planalto que ganhou tons de comício petista. Em um longo
discurso, Dilma partiu também, de forma contundente, para o ataque contra o
juiz Sergio Moro, sem mencioná-lo diretamente. Acusou Moro de violar a
Constituição com a divulgação de escutas que ela considerou ilegais.
A versão do Planalto para o “termo de posse”, no entanto,
tem problemas. Por que a pressa de Lula em assinar um documento que, para a
presidente Dilma, não significaria a posse?
Uma pista aparece num diálogo entre o presidente do PT, Rui Falcão, e o
então ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, gravado no último dia 10 de
março. Naquele dia, três promotores do Ministério Público de São Paulo haviam
apresentado uma denúncia contra Lula acompanhada de um pedido de sua prisão
preventiva. Na conversa, Falcão, desesperado, pressiona o governo a tomar uma decisão de “Estado-Maior” e acelerar a
nomeação de Lula para o ministério com o objetivo de proteger o ex-presidente.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já decidiu
que vai abrir um inquérito para investigar a nomeação do ex-presidente Lula
como ministro da Casa Civil. Cauteloso, Janot tem pedido calma ao gabinete para
criar uma peça “inquestionável”, que não tenha nenhuma chance de ser rebatida
no Supremo ou mesmo por integrantes do governo. Ele não quer fazer nada fora do
tempo ou que possa parecer parte de uma ação coordenada com a força-tarefa da
Lava Jato. Ao contrário: a ideia é tentar dissociar as investigações de Lula e
Dilma do trabalho dos procuradores da República em Curitiba. Mas a estratégia
original de Janot de tentar “diluir” a investigação de Dilma em meio a uma
série de outras apurações não deve prosperar, porque a divulgação do áudio da
conversa com Lula mostrou indícios de
crime de responsabilidade na ação da presidente.
A conversa divulgada por Moro se soma a outras evidências e
testemunhos de que a presidente e Lula estavam se movimentando nos bastidores
para tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato. Desde a delação do
senador Delcídio do Amaral (ex-PT), Janot já estava avaliando pedir uma
investigação formal de Dilma. Segundo relatou Delcídio, com a autoridade de
quem foi líder do governo Dilma no Congresso Nacional e foi preso, no final do
ano passado, justamente pela acusação de estar agindo para obstruir a Justiça,
Dilma se empenhou pessoalmente para barrar as investigações da Lava Jato. Isso
ocorreu duas vezes: na nomeação do ministro Marcelo Navarro para o Superior
Tribunal de Justiça (STJ) e numa reunião, fora da agenda, que Dilma teve com o
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, durante uma
viagem a Portugal, em julho.
Em sua delação, Delcídio também responsabilizou o
ex-presidente Lula por pagamentos feitos de maio a novembro do ano passado à
família do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso por envolvimento no
petrolão. De acordo com depoimento de Delcídio, Maurício Bumlai – filho do
pecuarista José Carlos Bumlai que era uma espécie de operador de Lula – levava
o dinheiro a Diogo Ferreira, um assessor do senador. Este entregava o montante a um filho de Cerveró em um hotel
perto do aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
A divulgação das conversas de Lula mostrou também que o
ex-presidente estava se movimentando freneticamente, nos bastidores, para
tentar se safar do cerco promovido pela Lava Jato. Entre outras coisas, os
investigadores descobriram uma série de benefícios obtidos por Lula, como a
reforma de um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, patrocinada pela
Odebrecht e pela OAS, empreiteiras com contratos de bilhões de reais com a
Petrobras. Segundo mostra a escuta, Lula, em conversas recheadas de palavrões e
expressões grosseiras, age como se pessoas em cargos em altos escalões da República
lhe devessem favores por terem sido nomeadas pelos governos do PT.
No dia 26 de fevereiro, em uma conversa com seu advogado e
compadre Roberto Teixeira sobre um pedido de liminar distribuído à ministra
Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, Lula menciona a ideia de acionar a
presidente Dilma com o objetivo de que ela peça a Rosa para trancar a
investigação. A abordagem a Rosa foi objeto de uma série de conversas de Lula
com o ex-chefe da Casa Civil Jaques Wagner, agora rebaixado a chefe de gabinete
da presidente, embora mantendo o status de ministro – o 41° da Esplanada. Uma
dessas conversas ocorreu depois da condução coercitiva do ex-presidente pela
Polícia Federal para depoimento, no dia 4 de março. Logo depois de terminar o
depoimento à PF, Lula conversou ao telefone com Wagner para cobrar que a
presidente Dilma abordasse a ministra Rosa Weber e pedisse a concessão da
liminar para encerrar as investigações. “Se homem não tem saco, quem sabe uma
mulher corajosa possa fazer o que os homens não fizeram”, disse Lula.Wagner
assentiu. Rosa não atendeu ao pleito da defesa de Lula.
Ainda no aeroporto de Congonhas, onde prestou depoimento à
PF, Lula também reclamou com Dilma. “Nós temos uma Suprema Corte totalmente
acovardada, nós temos um Superior Tribunal de Justiça totalmente acovardado, um
Parlamento totalmente acovardado, somente nos últimos tempos é que o PT e o
PCdoB é que acordaram e começaram a brigar. Nós temos um presidente da Câmara
f..., um presidente do Senado f..., não sei quantos parlamentares ameaçados, e
fica todo mundo no compasso de que vai acontecer um milagre e que vai todo
mundo se salvar”, disse Lula na gravação.
Três dias depois da condução coercitiva, Lula demonstrou
estar ainda mais empenhado em barrar qualquer investigação remanescente e a
chance de uma prisão ou autuação fiscal. Ele conversou com o ministro da
Fazenda, Nelson Barbosa, e cobrou que ele segurasse a Receita Federal nas
investigações do Instituto Lula. Durante a conversa, deixou claro que sabia que
era monitorado pela PF. “Ô, Nelson, deixa eu te falar uma coisa por telefone. O
importante é que a Polícia Federal esteja gravando. É preciso acompanhar o que
a Receita (Federal) tá fazendo junto com a PF, bicho”, reclamou. O ministro
gaguejou e respondeu: “Não... eles fazem parte”. Lula foi explícito: “É, mas
você precisa se inteirar do que eles estão fazendo no Instituto. Se eles
fizessem isso com meia dúzia de grandes empresas, resolvia o problema de
arrecadação do Estado”. Barbosa, lacônico, apenas respondeu: “Uhum”.
Vinte minutos depois do diálogo com Barbosa, Lula voltou à
carga para barrar as investigações. Desta vez, pediu ao advogado e ex-deputado
Sigmaringa Seixas, espécie de assessor informal do ex-presidente para a área
jurídica, que procurasse o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na
conversa com Sigmaringa, debochou mais uma vez do da conversa telefônica. “Teu
telefone deve ‘tá’ grampeado”, disse ao ex-deputado. À noite do mesmo dia,
depois que Sigmaringa deu um retorno a seu pedido, aparentemente frustrante,
Lula reclamou: “Ele recusou quatro pedidos de investigação contra o Aécio
(Neves, presidente do PSDB) e aceitou a primeira de um bandido do Acre contra
mim. Essa é a gratidão dele por ele ser procurador”.
Da Suíça, onde estava em viagem oficial relacionada à Lava
Jato, Janot, normalmente comedido, respondeu às bravatas de Lula na
quinta-feira e disse que não deve nada a Lula. “Se eu devo a alguém esse meu
cargo é à minha família”, disse Janot. Eugênio Aragão, o novo ministro da
Justiça e colega de Janot no Ministério Público Federal, não teve o mesmo
comportamento. Numa conversa com Paulo Vannuchi, diretor do Instituto Lula, no
dia 27 de fevereiro, Lula cobrou ajuda de Aragão, que ainda era, na ocasião,
apenas subprocurador-geral da República. “Eu às vezes fico pensando até que o
Aragão deveria cumprir um papel de homem naquela p..., porque o Aragão parece
nosso amigo, parece, parece, mas tá sempre dizendo ‘olha...’”, disse. Agora em
um cargo em que tem controle administrativo sobre a Polícia Federal, Aragão
preferiu minimizar os comentários de Lula.
As reações mais preocupantes para Lula partiram do STF, o
Tribunal onde ele imaginava, talvez, que poderia se proteger da Lava Jato. No
início da sessão da quinta-feira, o decano da Corte, Celso de Mello,
adiantando-se ao presidente Ricardo Lewandowski, pediu a palavra para responder
às palavras de Lula de que o Tribunal estaria “acovardado”. “Esse insulto ao
Poder Judiciário, além de absolutamente inaceitável e passível da mais veemente
repulsa por parte desta Corte Suprema, traduz, no presente contexto da profunda
crise moral que envolve os altos escalões da República, reação torpe e indigna,
típica de mentes autocráticas e arrogantes”, disse Celso de Mello. Após o
pronunciamento do decano do STF, Lula divulgou uma carta aberta em que tentou
remediar o estrago causado pela revelação de suas conversas e investidas para
tentar controlar a Lava Jato. Na carta, Lula tentou baixar o tom de confronto
com o Judiciário que marcou sua posse na Casa Civil. “Os tristes e vergonhosos
episódios das últimas semanas não me farão descrer da instituição do Poder
Judiciário”, diz Lula, na carta. “Nem me farão perder a esperança no discernimento,
no equilíbrio e no senso de proporção de ministros e ministras da Suprema
Corte.” O ex-presidente insiste, porém, que a escuta determinada pelas
conversas e sua divulgação teriam sido ilegais. É o mesmo argumento brandido
pela presidente Dilma Rousseff, já que a conversa entre os dois foi gravada
depois que Moro já havia determinado às operadoras a interrupção do
monitoramento telefônico, às 11h13 da quarta-feira, 16 de março.
Caberá ao STF agora uma análise detida do episódio. É
difícil sustentar a ilegalidade da escuta, já que o monitoramento telefônico
determinado por Moro visava às comunicações do ex-presidente Lula, formalmente
investigado pela Lava Jato. O professor Joaquim Falcão, diretor da Escola de
Direito da Fundação Getulio Vargas no Rio de Janeiro, diz que não houve nenhuma
ilegalidade na interceptação feita pela Lava Jato. “Isso foi uma decisão dentro
de um processo. Portanto, se as partes considerarem indevida, entrem com
recurso.”
A divulgação das gravações, em que aparecem a presidente
Dilma e outras autoridades com foro privilegiado no STF, é uma questão mais
controversa. Em despacho na última quinta-feira, Moro escreveu que a conversa
de Lula com a presidente Dilma, que só pode ser investigada por determinação do
STF, foi interceptada fortuitamente. Isso ocorreu devido ao intervalo entre a
suspensão da escuta e a implementação da ordem pelas operadoras telefônicas.
Moro ponderou, em seu despacho, que “nem mesmo o supremo mandatário da
República tem um privilégio absoluto no resguardo das suas comunicações”. Há uma corrente de juristas, da qual faz
parter o advogado Francisco Ramalho Ortigão, professor de Direito Processual
Penal na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que defende, porém, a
tese de que a interceptação da conversa da presidente Dilma provoca o deslocamento
imediato do caso para a esfera do
STF – e que Moro não poderia ter divulgado os diálogos.
Mesmo que Lula e o Planalto consigam demonstrar, numa batalha
judicial, que a divulgação das conversas não deveria ter sido feita por Moro, o
conteúdo das conversas de Lula é inquestionável. “As tentativas de amedrontar
policiais federais, auditores da Receita Federal, procuradores da República e o
juiz federal Sergio Moro devem ser repudiadas. Os atentados à investigação
revelam a extensão do abuso de poder e do descaso com o estado democrático de
direito na República”, afirmou o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da
força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. “As conversas telefônicas constituem
evidências de obstrução às investigações. E em uma guerra desleal e subterrânea
travada nas sombras longe dos Tribunais.”
A obstrução da Justiça pode inclusive suscitar a suspensão
do foro privilegiado de Lula. Segundo Gustavo Binenbojm, professor titular de
Direito Administrativo na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), há
jurisprudência no STF para impedir tentativas de manipulação de jurisdição. Em
2010, na véspera de ser julgado pelo Tribunal, o deputado federal Natan Donadon
renunciou a seu mandato com o objetivo de protelar seu julgamento e devolvê-lo
à primeira instância. O STF manteve o julgamento de Donadon. Em seu voto, a
ministra Cármem Lúcia afirmou que a renúncia de Donadon configurava abuso de direito
e fraude processual. “No caso de Lula, pode ter ocorrido fraude processual, que
é a tentativa de omitir provas, e coação no curso do processo. Essa conduta de
obstrução é bem característica de casos de corrupção e crime organizado”, disse
a ÉPOCA o ex-juiz federal José Paulo Baltazar.
O grande problema de Lula e da presidente Dilma tem sido o
que o deputado Ulysses Guimarães, presidente da Câmara dos Deputados entre 1985
e 1989, chamava de “Sua Excelência, o fato”. “O próprio Lula confirmou os fatos
quando fez a carta ao Supremo. A própria Dilma confirma as gravações quando ela
reclama do vazamento. Toda a fundamentação da Lava Jato tem sido com base em
fatos”, diz Joaquim Falcão. Os fatos são incontroversos e, na política e na
Justiça, soberanos.
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