A Comissão de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, por 11
x 9, nesta terça-feira (14/6), o relatório apresentado pelo deputado Marcos Rogério
(DEM-RO), que pede a cassação do presidente da Casa afastado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). Agora, o processo que pode decretar a cassação do peemedebista
precisa esperar duas sessões ordinárias do plenário para entrar na pauta de
votações. São necessários os votos de pelo menos 257 dos 513 parlamentares para
que Cunha perca o mandato. A votação será aberta.
Momentos após o fim da votação, o juiz Augusto César Pansini
Gonçalves, da 6ª Vara Cível do Paraná, determinou o bloqueio dos bens de
Eduardo Cunha e da família dele. O magistrado aceitou o pedido de liminar do
Ministério Público Federal (MPF). O peemedebista é réu em ações que correm no
Supremo Tribunal Federal (STF).
A votação de hoje contou com a esperada presença de Tia Eron
(PRB-BA). No seu discurso, ela disse que “não era estrela, mas dada a
trabalho”. A deputada votou a favor do relatório que pede a cassação de Eduardo
Cunha. Mais cedo, ela disse que não entende como, “depois de nove meses, o
processo ainda não se resolveu”, e alfinetou os colegas, ao dizer que boa parte
do colegiado é feita de homens, que “não entendem o que é gestar”. Ela pediu
desculpas por ter se afastado dos parlamentares e da imprensa e completou que,
como teve que ser chamada “para resolver o problema”, precisou se preservar
para decidir o voto.
Bessa
Já o deputado Laerte Bessa (PR-DF) provocou polêmica ao
começar o discurso dizendo que “a maior quadrilha do Brasil é comandada por
Dilma Rousseff e Lula”. “Eduardo Cunha não mentiu. Aqui na Casa, ele não
mentiu. Ele deve provar isso no Supremo”, afirmou. O deputado foi contra o
parecer.
A sessão foi marcada ainda por bate-boca entre os deputados.
Enquanto proferia voto contrário ao processo de cassação de Eduardo Cunha, o
deputado Wladimir Costa (SD-PA) afirmou que os petistas são ladrões e
vagabundos, gerando troca de ofensas na comissão. “Ladrão é você, vagabundo é
você”, gritavam deputados petistas. O presidente do conselho mandou que todos
os microfones fossem desligados na sala onde ocorria a sessão e ameaçou
suspendê-la.
O processo contra Cunha durou mais de nove meses na Câmara.
O deputado é acusado de mentir à CPI da Petrobras, pois disse que não tinha
contas bancárias no exterior, além de ter sido denunciado pela
Procuradoria-Geral da República por usar essas contas para ocultar propina de
contratos da petrolífera.
Bloqueio de bens
Momentos após Eduardo Cunha sofrer a derrota na Câmara, foi
divulgada a decisão do juiz Augusto César Pansini Gonçalves. “Defiro o pedido
de liminar (nos termos formulados pelo MPF) e decreto a indisponibilidade de
recursos financeiros e bens dos réus, inclusive das empresas C3 Produções
Artísticas e Jornalísticas Ltda. e C3 Atividades de Internet Ltda.”, diz um dos
trechos da decisão.
A esposa do deputado, Cláudia Cruz, o ex-diretor da Petrobras Jorge Luiz Zelada, o suposto operador do esquema de corrupção João Henriques e o empresário Idalécio de Oliveira também foram requeridos na ação de improbidade administrativa.
A esposa do deputado, Cláudia Cruz, o ex-diretor da Petrobras Jorge Luiz Zelada, o suposto operador do esquema de corrupção João Henriques e o empresário Idalécio de Oliveira também foram requeridos na ação de improbidade administrativa.
Do Metropoles
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