O PT fretou um avião particular para transportar nesta
quinta-feira (9) a Campinas, em São Paulo, a presidente afastada, Dilma
Rousseff, que participa de encontro com cientistas. Por volta das 10h, Dilma e
oito membros de sua equipe vão embarcar em Brasília na viagem, a primeira desde
que o Planalto restringiu o uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para
seus deslocamentos.
Para garantir a segurança da presidente afastada, o Gabinete
de Segurança Institucional (GSI) da Presidência informou que, como de praxe,
agentes vão acompanhar o voo e garantir toda a segurança da equipe durante o
transporte e a participação no evento.
De acordo com a assessoria de imprensa de Dilma, a
utilização do voo fretado ocorrerá porque não foi possível comprar passagem em
um avião comercial a tempo. Ontem (7), após o GSI negar, pela primeira vez, o pedido
de transporte em voo da FAB para a presidente, a defesa de Dilma protocolou na
Presidência da República um documento direcionado ao presidente interino Michel
Temer, em que responsabiliza o Palácio do Planalto por "quaisquer
situações que violem" sua segurança pessoal.
Segundo o GSI, todos os protocolos de segurança continuarão
sendo seguidos nos deslocamentos da presidente. Primeiro, é necessário que a
equipe de Dilma informe o órgão sobre os dados da viagem. Depois, os
procedimentos são planejados, conforme o trajeto. No transporte terrestre, do
Palácio da Alvorada ao aeroporto, por exemplo, deve haver um comboio com cinco
carros e uma ambulância, seguindo orientação da Casa Civil.
Os custos com a segurança são pagos com dinheiro público, já
que se trata de uma previsão legal a proteção do presidente da República e do
vice por parte do GSI. Já os gastos com a viagem serão bancados pelo PT. De
acordo com o partido, as despesas de futuras viagens "ainda serão
avaliadas" pela direção nacional do partido.
As recomendações sobre o assunto foram elaboradas pela Casa
Civil, após consulta do próprio GSI. De acordo com o documento, a decisão foi
tomada porque Dilma está afastada das funções presidenciais e não tem agenda
oficial como chefe de Governo, nem como chefe de Estado. Além de impedir que os
aviões da FAB sejam utilizados para que a presidente afastada participe de atos
políticos, a intenção das restrições foi limitar os deslocamentos que não
estejam sendo feitos "a trabalho".
De acordo com um assessor do Palácio do Planalto, está
previsto que haja uma restrição ainda maior aos deslocamentos de Dilma, mas o
assunto ainda está sendo avaliado. Atualmente, Dilma pode utilizar os aviões
oficiais somente no trajeto entre Brasília e Porto Alegre.
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