Da Veja
Auto-apregoado candidato “sem partido nenhum”, o
ex-dirigente do Atlético Alexandre Kalil, que é, claro, de um partido, o PHS,
passa por uma situação esdrúxula: quer mas não quer o apoio declarado do PC do
B à sua candidatura a prefeito de Belo Horizonte. Precisar da aliança, ele
precisa, visto que a maioria das agremiações derrotadas em 2 de outubro se
bandearam para o adversário, João Leite, do PSDB. Mas PC do B lembra PT, e
Kalil não quer de jeito nenhum ser visto como o candidato da sigla, em contraposição
ao tucano, que conta com a assídua figura de Aécio Neves na sua campanha.
O enrosco começou quando Kalil publicou, em sua página no
Facebook, um vídeo criticando a carta de apoio do PC do B à sua candidatura. No
documento, o partido declara que “delibera pelo voto em apoio ao candidato
Alexandre Kalil” e diz que “João Leite é o retrato mais claro das forças mais
atrasadas e golpistas de nosso país”. No vídeo, Kalil dispara: “Não coloquem
partidos no meu peito. Não coloquem estrela no meu peito. Estou fora dessa
briga de golpista ou não golpista”. Político de primeira viagem, ele tem
procurado se descolar publicamente do PT, de quem o PC do B foi vice no
primeiro turno, apesar de o governador petista Fernando Pimentel ter sido o
discreto artífice do apoio dos comunistas a ele.
A aliança PC do B — Kalil havia sido selada durante uma
reunião entre o candidato e o presidente municipal do partido, Zito Vieira. A
VEJA, Kalil disse que ficou incomodado com a carta, mas que aceita, sim, a
manifestação de apoio. “Quando me procuraram, disseram que iam me apoiar porque
são contra o PSDB até a morte. Aí tudo bem. Mas naquela carta eles misturaram
política nacional e eu não vou entrar nessa”, afirmou. O presidente estadual do
PC do B, Wadson Ribeiro, minimizou o episódio e confirmou a aliança.
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