Silveira Rocha, via Facebook
Oi mãe Dilma, como está a senhora? Ave mulherzinha, que
zanga é essa? O que foi que lhe fiz? Ah, sim, pensei que fosse comigo. A
senhora sabe como é essa imprensa. Não tem nada pra fazer e ai fica inventando
que a senhora era amiga do Cabral.
Falando nele, eu nem lhe conto: vou fazer um curso de
cabeleireiro no Pronatec. É um curso simples mãe. Não, não é para modelar
cabelo, e sim raspar cabeças. A senhora já imaginou quantas cabeças ainda
faltam ser raspadas? Vou copiar a cabeça do Cabral para servir de modelo para a
pelação das outras.
Mãe, eu estou com tanta pena do Garotinho. Ora, o bichinho
fica para cá e pra lá. Ora está no Bangu, outra hora vai para o hospital. Ele
deve estar sofrendo demais. Com certeza já desidratou. Não se pode tirar uma
criança do peito assim sem mais nem menos. É por isso que ele chora tanto.
E ai, como é a vida de aposentada? Agora a senhora está
sabendo como é boa uma aposentadoria. Pois é, ainda bem que a senhora não
precisou de perícia. Afinal de contas depois que a senhora passou a falar
aquelas coisas tolas, como ensacar vento, mulher sapiens e tudo mais, com
certeza eles pensaram que a senhora havia ficado era maluca. kkkkkk. Desculpe
mãe!
Sim, eu preciso sair agora mãe. Vou trocar a Fralda do
Garotinho e ajudar o Renan a contar as denúncias que ele tem contra si. Ele é
ruim de conta. Oi mãe, se a senhora vir o padrinho, diga-lhe que eu não
encontrei a pinga que ele pediu, mas vou mandar uma Mangueira. Não mulher, não
é para ele lavar carro não; mangueira é uma cachaça do Piauí, que derruba o
cabra só com o cheiro.
Abraço mãe Dilma!
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