quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

O JARDINEIRO E O CAÇADOR DE BORBOLETAS

Artigo de Joaquim Cunha
Meus amigos, minhas amigas, o tempo passa, o mundo se moderniza, a ciência e a tecnologia nos oferece a cada dia novas ferramentas que facilitam por demais o nosso cotidiano. Nem sempre todos conseguem as vantagens da modernidade, alguns por não terem condições de ter acesso, alguns outros por resistirem ou por comodismo. O certo é que elas estão aí.
Mas é preciso entender que elas chegaram para facilitar atividades, oferecer conforto e comodidade, precisão e produtividade, além de tantas outras vantagens. Mas, jamais, deverão substituir princípios, elegância, solidariedade, gratidão, generosidade e as relações sociológicas e antropológicas entre as pessoas.
Confesso que sou usuário de tudo que me é possível destas invenções tão importantes e indispensáveis aos tempos modernos, sem abrir mão entretanto de cultivar cotidianamente o meu jardim da vida, por compreender que quanto mais ele estiver zelado, harmonizado e bonito, tanto mais terei o prazer de ver e sentir de perto a diversidade e beleza das borboletas e beija-flores que a ele chegarão para que de forma livre e espontânea.
Possam se sentir felizes e compartilharem da grande satisfação de estarem juntos e alegres pela sua grandeza de receptividade, satisfação do acolhimento e no importante sentimento de estarem seguros e trocarem ideias e congraçamentos, na busca do que desejam realizar, cada um a seu modo, do seu jeito, e harmonicamente concretizarem os seus sonhos.
Por mais trabalhoso e oneroso que isto possa parecer, ainda assim será muito mais eficiente na busca constante dos seres livres, do que ter que caçá-los nos momentos que desejamos ou precisamos tê-los por perto.
Se assim procedemos e ainda assim não contamos com as suas presenças em nossos jardins, com certeza encontraram outros mais belos e pacíficos que os nossos ou estarão se enganando em algum jardim artificial, que como todos deste tipo, não conseguirão tê-los por muito tempo.
E assim vou seguindo, embelezando o meu jardim, tratando e retirando as ervas daninhas, para que ele possa ser sempre um ponto de convergência dos seres livres e solidários, com muitas ou poucas borboletas e beija-flores, mas que nele estarão sempre felizes, altivos, generosos e compreensivos.
Que Deus me faça cada dia um jardineiro melhor e que jamais me seja necessário ser um caçador do que me é tão importante.
Um abraço, Joaquim Cunha.
Joaquim Cunha, ex-prefeito de Gavião (BA) – Foi Presidente da Associação de Prefeitos da Região nordeste e Vice-Presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB).
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