Artigo de Joaquim Cunha
Meus amigos, minhas amigas, o tempo passa, o mundo se
moderniza, a ciência e a tecnologia nos oferece a cada dia novas ferramentas
que facilitam por demais o nosso cotidiano. Nem sempre todos conseguem as
vantagens da modernidade, alguns por não terem condições de ter acesso, alguns
outros por resistirem ou por comodismo. O certo é que elas estão aí.
Mas é preciso entender que elas chegaram para facilitar
atividades, oferecer conforto e comodidade, precisão e produtividade, além de
tantas outras vantagens. Mas, jamais, deverão substituir princípios, elegância,
solidariedade, gratidão, generosidade e as relações sociológicas e
antropológicas entre as pessoas.
Confesso que sou usuário de tudo que me é possível destas
invenções tão importantes e indispensáveis aos tempos modernos, sem abrir mão
entretanto de cultivar cotidianamente o meu jardim da vida, por compreender que
quanto mais ele estiver zelado, harmonizado e bonito, tanto mais terei o prazer
de ver e sentir de perto a diversidade e beleza das borboletas e beija-flores
que a ele chegarão para que de forma livre e espontânea.
Possam se sentir felizes e compartilharem da grande
satisfação de estarem juntos e alegres pela sua grandeza de receptividade,
satisfação do acolhimento e no importante sentimento de estarem seguros e
trocarem ideias e congraçamentos, na busca do que desejam realizar, cada um a
seu modo, do seu jeito, e harmonicamente concretizarem os seus sonhos.
Por mais trabalhoso e oneroso que isto possa parecer, ainda
assim será muito mais eficiente na busca constante dos seres livres, do que ter
que caçá-los nos momentos que desejamos ou precisamos tê-los por perto.
Se assim procedemos e ainda assim não contamos com as suas
presenças em nossos jardins, com certeza encontraram outros mais belos e
pacíficos que os nossos ou estarão se enganando em algum jardim artificial, que
como todos deste tipo, não conseguirão tê-los por muito tempo.
E assim vou seguindo, embelezando o meu jardim, tratando e
retirando as ervas daninhas, para que ele possa ser sempre um ponto de
convergência dos seres livres e solidários, com muitas ou poucas borboletas e
beija-flores, mas que nele estarão sempre felizes, altivos, generosos e
compreensivos.
Que Deus me faça cada dia um jardineiro melhor e que jamais
me seja necessário ser um caçador do que me é tão importante.
Um abraço, Joaquim Cunha.
Joaquim Cunha, ex-prefeito de Gavião (BA) – Foi Presidente
da Associação de Prefeitos da Região nordeste e Vice-Presidente da União dos
Municípios da Bahia (UPB).
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