Do UOL
Empossado no domingo (1º), Marcelo Crivella (PRB) fechou
nesta sexta-feira (6) a primeira semana à frente da Prefeitura do Rio de
Janeiro. Em seis dias, o novo gestor da cidade visitou favelas, doou sangue,
plantou árvore, jogou capoeira, colheu mandioca e, na esfera administrativa,
publicou dezenas de decretos que visam à reorganização da estrutura do poder
municipal.
Também se apressou em suspender algumas medidas que haviam
sido tomadas na gestão do antecessor, Eduardo Paes (PMDB), como a
racionalização das linhas de ônibus, e cortou pela metade o número de cargos
comissionados e de gratificações. Mas não houve, por outro lado, anúncio
concreto em relação ao planejamento, em longo prazo, para áreas como saúde,
educação e transporte.
Crivella tem repetido como um mantra a ideia de "fazer
mais com menos". Nesse sentido, tem buscado soluções a partir de conversas
com o governo do Estado e com a iniciativa privada, além de ter enxugado o
número de secretarias (de 24 para 12) e criado comissões em diferentes áreas
para estudar formas de atuação. Exemplo disso é o comitê criado para elaborar
um plano de efetivação da municipalização das 16 UPAs (Unidades de Pronto
Atendimento) estaduais até o fim de 2018.
No campo midiático, Crivella --que é bispo licenciado da Igreja
Universal-- buscou iniciar o governo com uma agenda simpática e solidária. No
primeiro dia útil, doou sangue no Hemorio, no centro da cidade. "É um ato
de solidariedade. É simbólico, mas eu pedi a todos os secretários que
estivessem aqui comigo hoje", disse ele, na ocasião. Contudo, apenas dois
secretários o acompanharam.
Nos dias seguintes, esteve em três favelas nas quais há
conflitos com traficantes de drogas. Na terça, visitou a favela do 48, em
Bangu, na zona oeste carioca, para plantar uma árvore e conhecer o projeto
Mutirão de Reflorestamento. Durante a agenda, o prefeito ouviu reclamações de
moradores e passou por uma saia justa, já que, no local, segundo moradores, a
coleta de lixo não era feita desde o Natal. Bastou Crivella deixar a comunidade
para que garis da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) começassem a
recolher as pilhas de lixo.
Na quarta, o político foi à favela da Rocinha, na zona sul
carioca, para participar de uma ação de prevenção às doenças causadas pelo
mosquito Aedes. No decorrer da agenda, ele jogou capoeira com jovens da
comunidade.
Na sexta, o prefeito conheceu a horta comunitária de
Manguinhos, na zona norte da cidade, onde colheu uma mandioca e posou para os
fotógrafos. Na ocasião, a comitiva teve que mudar a rota por conta de uma
barricada montada por traficantes na região.
Segundo Crivella, a agenda da primeira semana de governo tem
a ver com "o momento de crise" econômica pelo qual passa o Rio e a
necessidade de "ser criativo" ante às adversidades. Ele afirmou que a
natureza de seus compromissos compõe o perfil do novo gestor, que, em suas
campanhas eleitorais, sempre ressaltou o fato de ter sido missionário religioso
na África e criador de um projeto de filantropia na Bahia.
"Precisamos fazer muito mais com menos. Não esperem de
mim uma nova Olimpíada, novos estádios, mais túneis... Essas coisas não estão
no momento de serem feitas. A prefeitura não tem recursos para isso. Mas os
recursos que temos serão usados prioritariamente para a saúde e para a
educação."
O combate ao mosquito Aedes, afirmou o prefeito, é objeto do
decreto que ele considera ser o mais importante dos publicados na primeira
semana de governo. A medida coloca o município em "situação de
alerta" contra dengue, zika e chicungunya.
"Naquelas dezenas de artigos estão todos os
procedimentos que vamos adotar nas nossas unidades médicas, mas também o que
precisa ser adotado nos cemitérios, por exemplo, nos nossos parques e nas
escolas. Tudo isso é muito importante de ser divulgado", disse. "É
muito bom lembrar que estamos na época do verão. Tem muita chave. É época
dessa, eu diria, que já há uma epidemia no Brasil."
Os demais decretos publicados por Crivella determinam, entre
outras coisas, a elaboração de plano para contenção de arrastões em praias e
enchentes causadas por chuvas. O prefeito também isentou motociclistas do
pagamento de pedágio na Linha Amarela, avenida expressa que corta a zona oeste
do Rio, e ordenou a criação de um plano para reduzir as filas da rede pública
de saúde do Rio e para aumentar em 20% o número de leitos em hospitais públicos
da cidade. Confira quais foram todas as medidas.
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