quarta-feira, 1 de março de 2017

AULA DE HISTÓRIA

Augusto Nunes, VEJA
“O neoliberalismo foi aplicado… primeiro país onde foi aplicado foi na China”, decolou o senador Lindbergh Farias nesta sexta-feira, no meio de mais uma gritaria para a plateia entediada. “E foi no governo de Pinochet”, flutuou na estratosfera o coronel da tropa de Dilma Rousseff na Comissão do Impeachment. Com 18 palavras, Lindbergh promoveu (ou rebaixou) a ditador da China o tirano chileno Augusto Pinochet ─ e transformou o regime comunista inaugurado em 1949 no laboratório de experiências econômicas administrado por um general ultraconservador.
Os guerreiros de Dilma destacados para a comissão revogaram os limites da imbecilidade. Na quinta-feira, o ex-ministro José Eduardo Cardozo incluiu um certo Tomás Turbando Bustamante na lista dos doutores que combatem o golpe que não houve e louvam pedaladas criminosas. Menos de 24 horas depois, o ex-presidente da União Nacional dos Estudantes precisou de duas frases para trucidar a geografia, a história, a economia, o Chile e a China. Pinochet, aliás, é o segundo general a invadir o território chinês por determinação de sumidades do partido que virou bando.
O primeiro foi Napoleão Bonaparte, que ocupou Pequim durante uma discurseira improvisada por Lula. É nisso que dá fugir do estudo. É assim que fica a cabeça de gente que só aparecia na porta da escola para apoiar a decretação de mais uma greve. Pelo menos numa matéria o mestre e seus discípulos se igualaram: são todos nota 10 em ignorância.
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