O secretário de Cultura de São Paulo, André Sturm, afirma que errou ao dizer que "iria quebrar a cara" de um agente cultural na tarde dessa segunda-feira. "Eu errei ontem, peço desculpas", afirmou à colunista da BandNews FM Mônica Bergamo.
A ameaça aconteceu durante uma reunião entre o secretário e o agente cultural Gustavo Soares, do Movimento Cultural Ermelino Matarazzo, na sede da Secretaria de Cultura da capital paulista.
Membro de um grupo que faz ocupação da Casa de Cultura do bairro da Zona Leste, Gustavo estava na secretaria para discutir a gestão do espaço. Durante a reunião, após ser confrontado, Sturm disse também: "Vocês querem fazer esse discursinho babaca. A gente não tá conversando. Você é um chato, rapaz!"
O movimento publicou uma nota de repúdio à atitude do secretário. "O Movimento Cultural Ermelino Matarazzo repudia a atitude autoritária, antidemocrática, reativa e de coação do Secretário de Cultura André Sturm e tomará todas as medidas de proteção cabíveis junto aos órgãos públicos", diz um trecho da nota (leia a íntegra aqui).
Solução jurídica
Segundo Sturm, Gustavo e outros jovens da ocupação foram convidados para a reunião de segunda-feira depois de um mês de conversas, para serem apresentados à solução jurídica encontrada pela secretaria para que o grupo pudesse continuar com suas atividades na Casa de Cultura.
"A gente tem todo interesse em fazer parceria. Encontramos uma saída jurídica: um termo de cessão de uso do espaço dado pela prefeitura. Eles precisariam manter o espaço e mandar um relatório mensal das atividades que eles fizeram, só isso", diz Sturm.
Estressado
"Achei que eles iam ficar felizes, afinal encontramos uma solução! Aí me disseram que não queriam nada disso, que queriam um auxílio financeiro sem prestar contas. E começaram a me confrontar, a me confrontar e eu confesso que caí na armadilha. Tanto ele tava mal intencionado, que ele estava gravando. Ele queria me estressar."
O secretário diz que recebeu na própria segunda-feira a proposta de apoio financeiro do grupo, por isso ela ainda não havia sido avaliada.
"Desde sábado eu estava nervoso, porque fui perseguido na saída de uma audiência pública na sexta. Fiquei uma hora e 40 minutos lá sendo ofendido, toda vez que tentava falar, eles vaiavam. E eu mantive a fleuma, como deveria fazer. Quando tentei sair, a Guarda Municipal teve que fazer um corredor, porque queriam me agredir. Um guarda me falou: 'Corre!', e eu tive que me trancar na cozinha!", diz ele.
"É claro que isso não justifica. Não estou dizendo isso para falar 'coitadinho de mim'. Nunca deveria ter dito 'vou quebrar a sua cara' para um garoto, claro que não devia. O problema é que muitas pessoas não estão interessadas em dialogar, elas querem brigar. Aí eu caí na armadilha, perdi a linha, fiquei nervoso. Eu deveria ter mantido a calma. Agora, eu sou um ser humano, tenho sangue, e erro. Então, novamente, peço desculpas", diz Sturm.
Bobagem
Questionado sobre o episódio, o prefeito João Doria não quis comentar e se limitou a dizer o seguinte: “Bobagem, isso é bobagem”.
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