O jornalista, escritor e político comunista Miguel Urbano
Rodrigues, que morreu neste sábado, 27, aos 91 anos, em Vila Nova de Gaia, na
região do Porto, em Portugal, refugiou-se no Brasil por quase 20 anos durante a
ditadura salazarista. Entre 1957 e 1974, Rodrigues encontrou abrigo no Estado,
onde trabalhou como repórter e editorialista.
Em 1961, recebeu o Prêmio Esso Regional de Jornalismo, com o
fotógrafo Antonio Lucio, por uma série de reportagens sobre o paquete Santa
Maria, sequestrado com 612 passageiros e 350 tripulantes a caminho de Miami,
por um grupo de exilados portugueses e espanhóis que pretendia desestabilizar
os governos de Salazar, em Portugal, e Francisco Franco, na Espanha.
No período em que viveu no Brasil, trabalhou também como
editor de Internacional da extinta revista Visão. Rodrigues foi membro do
Partido Comunista Brasileiro (PCB) e um dos mais destacados militantes no País
pela redemocratização de Portugal e pela independência das ex-colônias
portuguesas.
Após a Revolução dos Cravos, voltou a Portugal, onde dirigiu
os jornais Avante! e O Diário. Nos anos 1990, foi deputado na Assembleia da
República, pelo Partido Comunista Português (PCP). Autor de uma dezena de
livros, publicados no Brasil e em Portugal, ele manteve o ativismo político até
o fim da vida.
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