Da Jovem Pan
O ministro interino da Cultura, João Batista de Andrade,
enviou nesta sexta-feira (16) uma carta ao presidente Michel Temer anunciando
sua saída da pasta. Em entrevista exclusiva ao repórter da Jovem Pan Tiago
Muniz, Andrade disse que assumiu um Ministério absolutamente inviável do jeito
que está.
De acordo com ele, a insatisfação no cargo era crescente e o
orçamento recebido ainda pelo então ministro Roberto Freire era um recurso
muito precário para qualquer coisa. "Um Ministério que estava em uma
situação absolutamente precária. Porque o Ministério tinha sofrido um corte de
43% do seu orçamento. Então, com esse corte, o Ministério mal consegue andar.
Não consegue desenvolver projeto nenhum", afirmou Andrade.
Segundo o ministro interino da Cultura, a gota d'água para a
sua saída da pasta aconteceu na escolha do novo presidente da Agência Nacional
do Cinema (ANCINE). Andrade disse que o governo "passou por cima" da
indicação do Ministério da Cultura e inviabiliza economicamente e politicamente
a pasta.
Para ele, foi criado esse desgosto crescente com relação à
pasta e gerou um incômodo com essa situação de administrar um Ministério com
toda essa "inviabilidade" e também com esse "grau de
desrespeito".
"A Debora Ivanov era a indicação de todas as entidades
do cinema e também do Ministério da Cultura. O governo resolveu que vai nomear
outra pessoa. E, ao mesmo tempo, já enviou pro Senado a indicação de uma outra
pessoa para diretora, porque teria mais uma vaga na Ancine", contou o
ministro.
"Então, completamente atropelou a iniciativa do
Ministério, não levou em conta as indicações do Ministério. Então, com o
Ministério sem orçamento e desautorizado, eu pergunto: o que eu tô fazendo
aqui? Essa foi a gota d'água", desabafou Andrade.
O ministro da Cultura afirmou ainda que a situação deixa o
Ministério "desprestigiado" e prevê, na atual circunstância, um
futuro "péssimo" para a pasta.
Confira no áudio acima a íntegra da entrevista de João
Batista de Andrade.
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