sexta-feira, 16 de junho de 2017

MORRE WILMA DE FARIA

Faleceu às 23h40 desta quinta-feira, 15, em Natal (RN), a ex-governadora Wilma Faria, que se encontrava internada no hospital São Lucas. Eternizada na vida pública como “guerreira” para expressiva parcela da população do Rio Grande do Norte, a ex-governadora, aos 72 anos, não conseguiu superar as complicações de saúde que surgiram essa semana, após sofrer um mal estar que agravou o seu estado clínico. Wilma se submetia a um tratamento contra uma neoplasia no duodeno, uma espécie de tumor no intestino, desde 2015.
Wilma de Faria não passou os últimos momentos de sua vida na UTI do hospital. Por decisão da família, ela se encontrava no apartamento de número 155, da Ala Santa Teresinha, do São Lucas, cercada pelo carinho dos filhos,  parentes e amigos mais próximos.
Nesta quarta-feira, tão logo foi divulgado o agravamento do estado de saúde de Wilma de Faria, integrantes de diversos grupos de redes sociais, se empenharam em realizar correntes de oração pela recuperação da saúde da ex-governadora, que deixa a vida pública como vereadora da Natal, a cidade que ela adotou como sua, embora nascida em Mossoró.
O corpo da ex-governadora Wilma de Faria será velado no Palácio da Cultura, na Praça 7 de Setembro.As cerimônias de despedida estão sob os cuidados das equipes de Cerimonial do Governo do Estado e da Câmara Municipal. O sepultamento será no Cemitério Morada da Paz, em Emaús.
TRAJETÓRIA BRILHANTE
Deputada constituinte, três vezes prefeita da capital, duas vezes governadora, vice-prefeita de Natal e recentemente eleita vereadora de Natal, Wilma Faria tem o seu lugar reservado entre os principais nomes da política brasileira.
Nas eleições parlamentares de 1986, foi eleita deputada constituinte pelo PDS com 144 mil votos, proporcionalmente a maior eleição de um deputado federal à época, sendo a primeira mulher a eleger-se deputada federal no Rio Grande do Norte.
Em toda sua carreira política, três características vão sempre ser referências de suas campanhas políticas: a afinidade com o social, a desenvoltura na administração e o seu protagonismo feminino.
Candidata à Prefeitura de Natal em outubro de 1988, foi eleita e assumiu o cargo em 1º de janeiro do ano seguinte. Em outubro de 1996, concorreu mais uma vez à prefeitura de Natal, pela legenda do PSB, obtendo 35,791% dos votos no primeiro turno, seguida por Fátima Bezerra, candidata do PT, que obteve 28,885% dos votos.
No segundo turno, conseguiu eleger-se, contando com o apoio do senador José Agripino Maia. Em janeiro do ano seguinte, voltou a ocupar a prefeitura de Natal.
Em abril de 2002, licenciou-se da Prefeitura de Natal para dedicar-se à campanha para o governo do estado, disputando cargo com outros seis políticos: Sônia Maria Godeiro, Fernando Bezerra, Carlos Roberto Ronconi, Fernando Freire, Marcônio Cruz e Rui Pereira dos Santos.
Numa disputa acirrada com Fernando Freire, levou as eleições para o segundo turno, e conseguiu eleger-se com 61,045% dos votos válidos. Assim, em 1º de janeiro de 2003 assumiu o mandato de governadora do Rio Grande do Norte.
Em outubro de 2006, ela buscou a reeleição para Governo do Estado. Dessa vez, seu principal adversário político foi Garibaldi Alves Filho (PMDB).
As eleições acabaram sendo decididas no segundo turno, quando Wilma de Faria, recebendo o apoio de outros partidos, conseguiu reeleger-se com 824.101 votos, o que correspondeu a 74.929 sufrágios a mais que os obtidos por Garibaldi Alves Filho. Iniciou assim seu segundo governo em janeiro de 2007.
Dona de um forte traço de ousadia, Wilma construiu a sua imagem sob o slogan de “guerreira”, já que o seu poder de combatividade era a característica mais admirada pelos natalenses.
Em suas administrações, Wilma consolidou no imaginário social a imagem da mulher independente e capaz de romper paradigmas.
A ex-governadora, que enfrentou com altivez ao longo de sua trajetória política denúncias variadas, se despede da vida deixando como marca registrada a sua identificação com o social, a imagem de trabalhadora incansável e da luta contra os “poderosos”.
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