Terminou em ‘ovadas’ a visita do prefeito de São Paulo, João
Doria Jr. à capital baiana, nesta segunda-feira, 7. Atingido no rosto por um
ovo arremessado por manifestantes de esquerda que protestavam em frente à
Câmara Municipal de Salvador, Doria veio à cidade para receber o título de
Cidadão Soteropolitano, após proposta do vereador Felipe Lucas (PMDB).
Foi exatamente na ida para a casa legislativa, após assinar
no Palácio Thomé de Souza um protocolo de intenções para trocar experiência com
a gestão do prefeito ACM Neto (DEM), que ele foi “surpreendido”.
A TARDE apurou que os ataques já eram esperados. Ainda
assim, a grande comitiva – composta pelo prefeito, pelo vice-prefeito Bruno
Reis (PMDB) e por diversos políticos aliados, como o prefeito de Feira, José
Ronaldo (DEM), o ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy (PSDB),
entre outros auxiliares – resolveu descer pela escadaria defronte à sede da
prefeitura.
As “ovadas” fizeram o grupo recuar, quando já se aproximava
da estátua de Thomé de Souza, na praça Municipal. Após alguns minutos, em uma
nova tentativa de entrar na Câmara, mas dessa vez pela porta lateral do prédio,
uma grande confusão foi formada entre seguranças à paisana, guardas municipais
e manifestantes. O momento foi marcado por muito empurra-empurra e troca de
socos e chutes.
A reportagem presenciou um idoso que participava da
manifestação ser agredido. No confronto, após tentar se aproximar da comitiva
do prefeito de São Paulo, o advogado Daniel Andrade, 32, foi jogado no chão e
levou pontapés. Depois de quase uma hora, foi levado embora imobilizado por uma
equipe do Samu, que não quis informar se houve fratura.
Reação e acusações
Do lado de Neto, as reações foram de repúdio à ação dos
manifestantes. Ele classificou o ato de “vandalismo” e “atitude criminosa”.
“São só meia dúzia de pessoas da CUT, do PT, fazendo isso,
agindo contra a democracia, o que é fruto do desespero de quem está vendo o
poder se esvair. Jogar ovo não é coisa de gente decente, é coisa de vândalo e
marginal”, afirmou o prefeito da capital baiana, acusando o governador Rui
Costa (PT) de patrocinar o grupo.
“A esse tipo de coisa vai ser dada a resposta ano que vem,
nas eleições. E o governador, que é o patrocinador dessa história, devia ter
cuidado, porque a democracia tem que prevalecer. Esse tipo de coisa é
condenável”, bradou Neto, enquanto se limpava da sujeira deixada pelos ataques.
Alterado após os ataques, o pai dele, o empresário ACM
Júnior, xingou diversas vezes o governador de “filho da p***”. “É esse
governador que a Bahia tem, governador filho da p***”, gritava.
Já Doria usou o fato de o PT apoiar o governo de Nicolás
Maduro na Venezuela para criticar os manifestantes. “Vá para a Venezuela. Os
esquerdistas que querem o mal do Brasil, vão lá ofender o Maduro e jogar ovo lá
na Venezuela”, disse. O discurso foi reproduzido nas redes sociais, em tempo
real.
Mais cedo, em uma palestra para empresários do Grupo de
Líderes Empresariais (Lide) e do Fórum Empresarial da Bahia, que aconteceu na
Casa do Comércio, o peessedebista já havia criticado duramente o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, chamando-o de “sem vergonha” e “mentiroso”.
“Nossa bandeira não é vermelha como querem os petistas que
perdem a mamata. Nossa bandeira é verde e amarela”, disse, na ocasião, muito
aplaudido por representantes do setor.
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