Da VEJA
Condenado a 9 anos e 6 meses de prisão na Operação Lava
Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba de se tornar réu pela
sexta vez. O juiz federal Sergio Moro, responsável pela primeira condenação de
Lula, aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra o petista pelos
crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso envolvendo o sítio
Santa Bárbara, em Atibaia (SP), supostamente reformado pelas empreiteiras
Odebrecht e OAS e pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente.
O magistrado ressaltou que, ao aceitar denúncia oferecida
pelos procuradores da República, não faz juízo de valor sobre as provas, mas
observa apenas se há “justa causa”, ou seja, se a acusação “ampara-se em
substrato probatório razoável”.
Moro enumera em 14 pontos e classifica como “expressivas” as
provas reunidas pela força-tarefa da Lava Jato, entre as quais registros de que
veículos de Lula estiveram 270 vezes na propriedade no interior paulista, a
proximidade da família do petista com Fernando Bittar e Jonas Suassuna, donos
“oficiais” do sítio, e documentos apreendidos na residência do ex-presidente
referentes à propriedade rural, como notas fiscais de bens alocados no sítio e
a minuta da escritura da compra de parte do terreno.
“Os elementos probatórios juntados pelo MPF e também
colacionados pela Polícia Federal permitem, em cognição sumária, conclusão de
que o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva comportava-se como proprietário
do Sítio de Atibaia e que pessoas e empresas envolvidas em acertos de corrupção
em contratos da Petrobrás, como José Carlos Cosa Marques Bumlai, o Grupo
Odebrecht e o Grupo OAS, custearam reformas na referida propriedade, tendo por
propósito beneficiar o ex-presidente”, escreveu Moro no despacho em que aceita
a denúncia.
O juiz federal ainda observa que não há registro de que Lula
tenha desembolsado “qualquer valor” pelas reformas e que “até o momento, não se
ouviu, em princípio, uma explicação do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
do motivo de José Carlos Costa Marques Bumlai, do Grupo Odebrecht e do Grupo
OAS, terem custeado reformas de cerca de R$ 1.020.500,00 no Sítio de Atibaia,
este de sua frequente utilização, e que se iniciaram ainda durante o mandato
presidencial”.
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