Em 1985 foi realizada a primeira eleição (indireta, via
Colégio eleitoral) para presidente desde o golpe militar de 1964.
Tancredo Neves foi indicado por uma coligação de partidos,
com apoio de Ulysses Guimarães (a figura mais importante no período de
redemocratização do país).
Tendo como candidato a vice na mesma chapa José Sarney,
venceu o pleito em 15 de janeiro de 1985, por 480 votos contra 180 de Paulo
Maluf.
A articulação que elegeu a dupla Tancredo e Sarney é tida
ainda hoje como uma das mais complexas e bem-sucedidas na história política do
país.
Tancredo temia que os militares mais rigorosos se recusassem
a passar o poder ao vice-presidente. Porém não resistiu, e na véspera da posse
(14 de março de 1985), foi internado em Brasília com dores abdominais.
José Sarney assumiu a presidência aguardando o
restabelecimento de Tancredo, que a partir de então, já em São Paulo, sofreu
sete cirurgias. No entanto, em 21 de abril (mesma data da morte do mártir
nacional Tiradentes), Tancredo faleceu vítima de infecção generalizada, aos 75
anos.
Vinte anos após, o corpo médico revelou que não divulgou o
laudo correto da doença, que não teria sido diverticulite, porém um tumor.
Embora benigno o anúncio de um tumor poderia ser interpretado como câncer,
causando efeitos imprevisíveis no andamento político no momento.
Em seu lugar, assumiu a presidência da República o vice José
Sarney, encerrando o período de governos militares chamado de Anos de chumbo
iniciado com o Golpe de 1964.
Vale a pena ler – O
blog Sou Chocolate e Não Desisto recomenda três obras sobre a trajetória de
Tancredo Neves: o livro Tancredo Neves - A travessia midiática; uma organização
de textos de vários autores sobre a vida desse político feita por Nair Prata e
Wanir Campelo, o documentário Tancredo – a travessia, de Silvio Tendler e a
recente biografia Tancredo Neves, O Príncipe Civil, do jornalista Plínio Fraga.
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