O ex-presidente da Câmara Municipal de Fortaleza se debatia
com problemas de saúde. Estava internado e sucumbiu à insuficiência
respiratória.
Raimundo Narcílio Andrade nasceu em março de 1941, em
Juatama, distrito de Quixadá. Veio para Fortaleza com os pais, em 1955, em
busca da melhoria das condições de vida longe do Sertão.
Foi balconista de loja de discos, servente, auxiliar de escritório,
e estudou até concluir o que achava que seria o seu futuro, o curso de
Contabilidade.
Em 1976 começa a carreira política, em defesa do bairro do
Montese. Elegeu-se vereador e atuou por 28 anos consecutivos. No tempo da
gestão de Juracy Magalhães foi o político mais influente da base situacionista
no legislativo.
Forte poderoso e assistencialista. "Ora sempre existiu
isso na política, os oponentes me acusavam como se não tentassem a mesma coisa,
inclusive a esquerda, olha no que o Lula se transformou", ironizava.
"E olha que o que eu fiz foi ajudar muita gente", dizia.
CAUSOS IMPAGÁVEIS
Narcílio em seu escritório político, colecionou ao longo da
vida, histórias incríveis de pedidos do eleitorado. Sem falar na disputa pelo
voto com outros colegas vereadores. Resgato dois:
O DONO DO DEFUNTO
Ano de eleição, campanha difícil. Um morador do Montese
morreu e o enterro contou com a ajuda do vereador Narcílio Andrade, que foi ao
cemitério. O desatento assessor de um vereador chega de olho no potencial
eleitoral daquela tragédia familiar. Sem reconhecer Narcílio pergunta quem era
o defunto e onde residia. "Meu chefe tem interesse de dar os pêsames para
a família", disse. "Olha volte lá no seu chefe e diga a ele que esse
defunto é do Narcílio, ok meu filho”.
MAIS DOIS CENTÍMETROS
Um dia, entra um cidadão no escritório político de Narcílio
Andrade, chorando, e pede ao líder político que lhe arranje “dois centímetros”.
Pedido estranho, mesmo para quem era acostumado com as coisas mais bizarras
quase todo dia. “Pra que você quer esses dois centímetros?” O simplório rapaz
justificou que fora ao Exército se alistar, um sonho pessoal, e terminou
reprovado por ter apenas 1,58m, quando o mínimo exigido era 1,60m. "Meu
filho eu lamento, mas esse pedido não vou poder atender", disse Narcílio e
ofereceu um café ao jovem...
Por Cláudio Teran, via Facebook
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