A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, afirmou nesta
quarta-feira, 27, que vai participar de "todos" os programas sociais
do governo destinados a pessoas com deficiências e doenças raras. Ao deixar a
sessão solene em comemoração ao Dia Mundial das Doenças Raras, no final da manhã,
Michelle evitou falar com a imprensa. A assessoria da primeira-dama deixou
claro que ela não falaria com jornalistas.
Antes de entrar no carro, Michelle respondeu apenas a uma
pergunta. Ao ser indagada se participará de algum programa de governo
relacionado ao tema da cerimônia desta quarta, ela respondeu:
"todos". Em seguida, questionada sobre quando começará a atuar, ela
não respondeu.
Michelle tem evitado a imprensa desde que teve o nome
envolvido no caso do ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Fabrício
Queiroz, envolvidos em movimentações financeiras consideradas atípicas pelo
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Como revelou o
jornal O Estado de S. Paulo, Queiroz repassou R$ 24 mil para a
conta da primeira-dama. Na época, o presidente Jair Bolsonaro justificou que
era pagamento de um empréstimo que ele havia feito a Queiroz e que usou a conta
da mulher porque não tinha tempo para ir ao banco.
Após assumir protagonismo na posse presidencial, Michelle só
voltou a participar de um evento público nesta quarta-feira, no plenário da
Câmara. A mulher do ministro da Justiça, Sergio Moro, também estava presente.
Ao chegar para a sessão, a primeira-dama foi abordada por
diversos parlamentares que queriam cumprimentá-la e tirar fotos. Ela sentou na
mesa da presidência e fez um breve discurso na tribuna, no qual destacou a
"missão" que assumiu como primeira-dama de lutar pela
"conscientização profunda sobre a realidade de pessoas com
deficiência".
"Essas enfermidades alteram a qualidade de vida não só
dos pacientes, mas de toda família, causando dor para os raros e seus
cuidadores", declarou. Ela destacou a importância de valorizar pesquisas e
políticas públicas como principais eixos de atuação para auxiliar pacientes,
agentes de saúde, instituições sociais e familiares. "Contem com o meu
apoio, pois essa é minha luta", concluiu Michelle. Ao final, fez gestos em
Libras.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, acompanhou o
evento e mencionou Michelle em sua fala. Ele contou que a primeira-dama
"solicitou olhar muito atento a todas as doenças raras". Ela teria
solicitado um foco maior para a doença epidermólise bolhosa (EB), e por isso o
ministro já teria começado a visitar organizações que atuam neste tipo de
tratamento. "Devemos ampliar acesso aos curativos de melhor qualidade e
com maior capilaridade em todo Sistema Único de Saúde (SUS)", disse o
ministro.
No discurso em Libras feito na posse presidencial, Michele
assumiu compromisso para desenvolver ações para surdos e pessoas com
deficiência. No início do ano, ela também procurou o ministro da Cidadania,
Osmar Terra, para iniciar um diálogo sobre o tema, mas sem especificar ações.
"Gostaria de modo muito especial de dirigir-me à
comunidade surda, às pessoas com deficiência e a todos aqueles que se sentem
esquecidos: vocês serão valorizados e terão seus direitos respeitados. Tenho
esse chamado no meu coração e desejo contribuir na promoção do ser
humano", declarou Michele na cerimônia de posse do presidente Jair
Bolsonaro.
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