Bolsonaro, cabeça de papel
O governo continua fazendo de conta que a responsabilidade
pela aprovação da reforma da Previdência é só do Congresso ou acima de tudo do
Congresso. A dele teria terminado com o envio da proposta da reforma concebida
pelo ministro Paulo Guedes.
Se ela não passar, a culpa será do Congresso, dele não. Se a
proposta for desidratada, o culpado será o Congresso. Esse é o típico
comportamento de um governo autoritário que quer ter a última palavra em tudo e
que exige respeito sem discussão às suas ordens.
Com toda certeza, é o comportamento de um governo que
seguirá demonizando a política enquanto puder. Talvez aposte no agravamento da
crise econômica para pôr o Congresso de joelhos ou o povo nas ruas a cobrar
soluções drásticas. Ou as duas coisas de preferência.
Tudo o que o governo, e mais especificamente o capitão Jair
Bolsonaro não quer é compartilhar o poder com os partidos políticos. É possível
compartilhar sem concessões à corrupção. Nas democracias que podem ser chamadas
por esse nome, não se governa sem partidos.
Bolsonaro foi formado à base da ordem unida – direita,
volver, esquerda, volver, pelotão, marche. Por indisciplina, foi afastado do
Exército. Tenta redimir-se junto aos ex-colegas de farda. Para isso quer mandar
como se manda nos quartéis. Soldado cabeça de papel está sujeito à prisão.
Teste de força
Dia de índio
Por exatos 33 dias, segundo portaria assinada pelo ex-juiz Sérgio Moro, ministro da Justiça e da Segurança Pública, a Força Nacional poderá intervir na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para prevenir qualquer desordem.
Por exatos 33 dias, segundo portaria assinada pelo ex-juiz Sérgio Moro, ministro da Justiça e da Segurança Pública, a Força Nacional poderá intervir na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para prevenir qualquer desordem.
Esta semana são esperados na cidade cerca de 5 mil a 8 mil
índios para seu encontro anual onde discutem suas reinvindicações e pressionam
o governo e o Congresso para que as atendam. Deverão ficar acampados na
Esplanada dos Ministérios.
O governo não gasta um tostão com o encontro, financiado por
Organizações Não Governamentais (ONGs) e contribuições de particulares. Os
índios jamais promoveram um ato de desordem. Mas o governo do capitão Bolsonaro
os teme e não gosta deles.
Bolsonaro já disse que não fará nenhuma demarcação de terras
indígenas. E que está disposto a rever demarcações que possam ser revistas.
Defende a exploração das reservas por empresas de mineração. Índio bom para ele
é índio assimilado pelos brancos.
Há ministros próximos do capitão que querem acabar com
manifestações na Esplanada. Alegam razões de segurança nacional. Argumentam que
grandes manifestações são proibidas em frente à Casa Branca, em Washington.
Bolsonaro concorda com eles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário