‘Coisa ou pessoa que não existe, mas que se supõe real.
Coisa só possível por hipótese. Ficção” é a definição de “mito” do Aurélio.
“Um fato considerado inexplicável ou inconcebível, enigma.
Uma crença geralmente desprovida de valor moral ou social, desenvolvida por
membros de um grupo, que funciona como suporte para suas ideias ou posições.
Ex. o mito da supremacia da raça branca.”, segundo o Michaelis.
E também “Afirmações fantasiosas, inverídicas, disseminadas
com fins de dominação, difamatórias, propagandísticas, como guerra psicológica
ou ideológica. Ex. O mito do comunista que come criancinhas.”
“Valor social ou moral questionável, porém decisivo para o
comportamento dos grupos humanos em determinada época. Ex. O mito do negro de
alma branca”, diz o Houaiss.
Ou eles não sabiam o que diziam quando inventaram um mito
messiânico vitorioso ou Bolsonaro está se revelando a mais completa tradução do
que dizem os dicionários. Pior para nós.
Nenhum mito resiste ao confronto com a realidade. Mitos não
reclamam que o país é ingovernável por causa das corporações e dos partidos que
só querem mamar. Mitos não fazem mimimi. Nem perdem 15 pontos de aprovação em
três meses. Nem são derrotados em votações por seu próprio partido.
Sem ofensa, Bolsonaro pode ser tudo, até um bom presidente,
tudo menos um mito. É imperativo linguístico e semântico, de significado. Foi
uma ignorância que deu certo, ao menos nas eleições. Cansados de salvadores da
pátria populistas e corruptos, os eleitores preferiram algo que não existia, um
mito.
Mas o destino dos mitos é serem corroídos e desmitificados
pelo tempo e a realidade. Grandes líderes não são mitos, são história e
exemplo.
Para piorar, nosso Mito diz que dorme muito mal, quatro
horas por noite, acorda várias vezes, tem um revólver na mesa de cabeceira.
Como qualquer ser humano de 60 anos, deve se levantar exausto, de péssimo humor
e sem cabeça e energia para enfrentar um país desabando.
O mito tem que dormir para o presidente acordar.
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