O maior massacre da China moderna completa 30 anos
O dia 4 de junho marca o 30º aniversário do massacre da
Praça da Paz Celestial, no qual milhares de pessoas que se manifestavam para
exigir democracia foram mortas por balas e esmagadas pelos tanques do Exército
Popular de Libertação (ELP). Uma cronologia dos eventos, em imagens
Em meados de abril de 1989, dezenas de milhares de
estudantes, trabalhadores e intelectuais começaram em Pequim uma série de
protestos pacíficos, que se espalharam para outras cidades chinesas, dando
lugar à história do chamado Movimento Pró-democracia de 1989. Na foto,
estudantes carregam um cartaz em que se lê "Dê-me a democracia ou me dê a
morte", durante uma manifestação na Praça da Paz Celestial em Pequim
(China), em 14 de maio de 1989. No fundo, a entrada da Cidade Proibida com um
retrato do falecido presidente Mao.
Um grupo de jornalistas pró-democracia se juntou às
manifestações na Praça Tiananmen em 17 de maio de 1989.
Os manifestantes, com o apoio de grande parte da população,
exigiram maior transparência do governo e reformas políticas, e reclamaram da
grande corrupção e da situação econômica. Na imagem, centenas de milhares de
pessoas lotam a Praça Tiananmen em frente ao Monumento aos Heróis do Povo e ao
mausoléu de Mao, em 17 de maio de 1989.
Em 20 de maio de 1989, o governo chinês decretou o estado de
exceção e as avenidas da capital começaram a ser preenchidas com veículos
blindados e caminhões carregados de soldados. Na foto, vários cidadãos cercam
um comboio de 4.000 soldados em um subúrbio da cidade para impedir que eles cheguem
à Praça Tiananmen em 20 de maio de 1989.
Em 22 de maio de 1989, um helicóptero militar jogou
panfletos na Praça Tiananmen, que alertou os estudantes de que deveriam deixar
a praça o quanto antes.
Um manifestante faz o sinal da vitória quando os
trabalhadores cobrem um enorme retrato do presidente Mao no Portão da Paz
Celestial da Praça Tiananmen, em 23 de maio de 1989.
Um jovem mostra um cartaz com uma caricatura do
primeiro-ministro Li Peng vestido com um uniforme nazista durante uma
manifestação antigovernamental na Praça Tiananmen, em Pequim, em 25 de maio de
1989.
Os ativistas do 'primavera de Pequim' começaram a
estabelecer assentamentos na Praça Tiananmen no final de maio de 1989. Na foto,
vários apoiadores montaram uma tenda na Praça Tiananmen em 26 de maio de 1989.
Durante os protestos estudantis, os jovens chineses ergueram
um monumento temporário na Praça Tiananmen, conhecida como a "Deusa da
Democracia". Na foto, um grupo de ativistas trabalha na estátua em um
campus perto da Praça Tiananmen em 29 de maio de 1989.
Vários manifestantes pró-democracia instalados em tendas na
Praça Tiananmen, em 31 de maio de 1989.
Fim de uma
manifestação na Praça Tiananmen em 1º de junho de 1989.
Em 2 de junho de 1989, milhares de manifestantes marcharam
pelo distrito financeiro de Hong Kong pedindo democracia na China, apenas dois
dias antes do massacre de Tiananmen.
Na noite de 3 a 4 de junho, os tanques do Exército Popular
de Libertação (EPL) entraram nas ruas de Pequim com uma ordem brusca: expulsar
a Praça Tiananmen dos milhares de manifestantes que a ocuparam. Antes das 6 da
manhã. De qualquer maneira. Os soldados abriram caminho para a praça com tiros,
e centenas de pessoas - mais de mil, segundo algumas fontes - morreram sob as
balas do Exército e foram esmagadas pelos tanques de guerra nas ruas que levam
a Tiananmen. Na imagem, um veículo blindado destrói uma das barracas instaladas
na Praça Tiananmen em 4 de junho de 1989.
Às 5h40 do dia 4 de junho, Tiananmen havia sido esvaziada e
o sonho de reforma e democracia de uma geração de chineses se evaporou. Na
foto, várias pessoas observam o cadáver de um manifestante, massacrado pelo
exército chinês durante a repressão na Praça de Tianamen, em 4 de junho de
1989.
Um homem enfrenta os tanques das forças militares na Avenida
da Paz Eterna em Pequim, em 5 de junho de 1989. Durante a noite anterior, o
exército chinês realizou uma brutal repressão contra os estudantes da Praça
Tiananmen. A foto, tirada pelo fotógrafo americano Jeff Widener, deu a volta ao
mundo e se tornaria um símbolo dos protestos em Tiananmen. Widener foi
finalista do prêmio Pullitzer pela primeira vez, em 1990.
O Massacre de Tiananmen foi o maior massacre civil na China
após os expurgos maoístas. Na foto, os soldados e tanques do Exército Popular
de Libertação da China guardam o Portão da Paz Celestial e o retrato do
presidente Mao na Praça Tiananmen em 9 de junho de 1989.
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