Paraguai ensina uma lição ao expulsar senador extremista
Quando senadores paraguaios abriram o primeiro processo
contra Payo Cubas, em abril, um parlamentar fez um alerta. Ele disse que o
colega tinha as características do fascismo, do autoritarismo e da
intolerância. Acrescentou que, se nenhuma medida fosse tomada, aquele
“monstrinho” cresceria.
Cubas foi suspenso do Senado por dois meses. Ele recebeu a
punição por ter xingado outros legisladores e por ter atirado copos d’água no
chefe da Polícia Nacional e no ministro do Interior durante uma reunião.
Depois das férias forçadas, sem receber salário, a criatura
voltou ainda mais abominável. Nesta quinta (28), ele foi cassado por ter
defendido o assassinato de “pelo menos 100 mil brasileiros” que vivem no país e
por ter dado um tapa num policial.
Os paraguaios ensinam uma lição. Cubas é o típico agitador
que explora o marketing do ódio como ferramenta política. Os senadores
preferiram expulsá-lo do Parlamento a permitir que abusasse do cargo para
chafurdar nos próprios desatinos.
No Brasil, políticos boquirrotos fazem fama até chegar ao
topo do poder. Deputados com discursos racistas ficam protegidos pelo recurso à
imunidade parlamentar.
O caso mostra que não se deve aplicar leniência a agentes
públicos que, a distância, podem parecer meros polemistas. O senador já havia
tentado chamar a atenção quando ameaçou jogar uma banana num colega ou quando
atirou água de uma garrafa noutro. Agora lançou uma propaganda nitidamente
extremista.
Cubas é membro do Movimento Cruzada Nacional. O repórter
Fábio Zanini, que contou a história da cassação, destaca que uma das bandeiras
do partido é o combate à presença estrangeira no Paraguai. Nessa onda, Cubas
disse que brasileiros deveriam ser mandados ao “paredão”.
O senador cassado ainda tentou surfar no episódio. Escreveu
que deixava o “Parlamento sombrio” rumo ao “país que todos merecemos”. Alguns
paraguaios lhe deram apoio. Caberá aos eleitores evitar o crescimento de outros
monstrinhos.
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