Diário da Crise XCVII
A imprensa vai falar muito da mudança de rumo de Bolsonaro.
Ficou mais tranquilo, afaga o STF e o Congresso, fala em paz e harmonia.
O velho Bolsonaro continua em combate, no entanto. Ele
investe contra a decisão da justiça de Brasilia que o obriga a usar máscara em
público.
Se Bolsonaro tivesse mudado mesmo não custava nada aceitar
essa regra social. Mas utiliza a Advocacia Geral da União para enfrentar o
vírus de cara limpa.
Começaram os dissabores do novo ministro da educação. Consta
no seu currículo oficial um doutorado em administração na Universidade de
Rosário, Argentina.
O reitor da Universidade, Franco Bartolocci desmentiu a
notícia na suas redes sociais. E agora?
O MEC apresentou o documento comprovando que o ministro
Carlos Decotelli concluiu o curso.
Alguém está mentindo.
Por falar em mentirinha, o advogado Frederic Wassef, da
família Bolsonaro, contratou um novo roteirista. Ele começou dizendo que
Queiroz esteve em sua casa durante mais de um .ano sem que ele tivesse
conhecimento.
Como Queiroz aterrissou lá? Wassef não sabia responder.
O novo roteirista apresenta esta versão: Wassef acolheu
Queiroz porque o funcionário da família Bolsonaro estava ameaçado de morte.
Segundo o roteiro, forças ocultas queriam matar Queiroz e
colocar a culpa no presidente Bolsonaro. Tremendo plano.
Wassef disse que não contou a Bolsonaro que estava
protegendo Queiroz. Seu novo roteirista terá de explicar essa falha: há um
plano diabólico contra seu cliente presidencial, você cuida de tudo durante
mais de um ano, e não conta nada ao presidente.
Maravilha. Assim de estória em estória, Wassef vai se
enrolando sem que ninguém faça muito esforço para desmentí-lo porque suas
estórias se desmentem por si próprias.
Assim vamos para mais uma semana. Ontem participei de um
debate na Fundação Braudel com o professor Oscar Vilhena. Era sobre o Brasil,
choque de instituições, enfim a conjuntura e perspectivas.
Hoje participo do movimento Direitos Já. Devo falar. É
estranho falar olhando para a própria cara no computador, sem ter muito bem a
ideia de quem está ouvindo.
Tempos de quarentena. Tenho saudades das assembleias do
passado, os comícios que sempre tinham um bêbado te aparteando no meio da
multidão.
Mas o coronavírus mudou nossa vida. E continua avançando
aqui e nos Estados Unidos, sobretudo lá onde já bateu o marco de dois milhões
de atingidos.
Tomara que tenhamos um sábado de sol. Meus desejos que se resumem a isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário