quinta-feira, 2 de julho de 2020

DIÁRIO DA CRISE

Do Blog do Gabeira

Diário da Crise CIII

Os Estados Unidos compraram todo o estoque de um remédio chamado Redemsevir, da Gileads, uma empresa californiana.

É um antiviral que foi usado contra o ebola mas não deu certo. Parece que tem um sucesso maior com a covid-19. A Agência Européia indicou para casos desesperados.

Essa história de um só pais comprar todo estoque do remédio é um problema. Os chineses, segundo li, já piratearam a fórmula para seu uso.

Todo mundo quer respeitar os direitos autorais da empresa que pesquisou. Mas num momento desses, a distribuição deveria ser um pouco mais democrática.

A Pfizer alemã anunciou que sua vacina é eficaz. Os EUA também tentaram comprá-la.

Ainda bem que fizemos o acordo com a Oxford e o Brasil poderá não somente receber como produzir a vacina aqui.

Ainda assim, é preciso ficar de olho. Será preciso muita eficácia e organização para distribuir as primeiras doses, uma vez que a definição dos critérios envolve também um jogo de poder.

As eleições municipais foram adiadas. Falei disso, no início da pandemia. Eleições municipais dependem de corpo a corpo. O candidato cumprimenta de 300 a 500 pessoas por dia. É uma bomba biológica. Além disso, há os comícios domésticos que reunem de 20 a 40 pessoas. É como se fosse uma festa, do ponto de vista sanitário.

Deputados queriam introduzir um programa partidário gratuito, com o seguinte argumento: sobraram R$5 bilhões nas despesas de campanha.

O uso da palavras já é uma delinquência Um país que teve um déficit na pandemia de R$ 126 bilhões, o equivalente ao seu deficit anual, não tem dinheiro sobrando.

Só os picaretas fingem que há dinheiro sobrando. Só eles torcem as palavras para dizer que é um programa partidário gratuito. O tempo é regiamente pago às empresas de comunicação, com dinheiro público.

Não é possivel vacilar no Brasil. Há sempre um golpe à espreita.

De 25 metas no ensino público brasileiro, apenas uma foi cumprida. Isso é um balanço que vai até 2018. Depois de Bolsonaro não tivemos um ministro da educação. O primeiro disse que os brasileiros são canibais, o segundo foi Weintrauma e o terceiro apresentou um currículo fake e nem foi empossado.

Além disso, veio a pandemia. O ensino à distância apareceu como grande esperança. Mas ainda não estávamos preparados. Ele não consegue preencher a lacuna. Há muitas famílias que não têm computadores, há outras que venderam seus telefones moveis por falta de dinheiro.

Pelo que observo do rendimento das crianças, o semestre foi perdido. E o ano de 2020 no ensino será dos piores na história.

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